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Política Esquerda perde força e vê apoio derreter em cidades onde PT disputa 2º turno

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O PT disputa em Cuiabá, Fortaleza, Natal e Porto Alegre.

Foto: Ricardo Stuckert/PR
O PT disputa em Cuiabá, Fortaleza, Natal e Porto Alegre. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Restando poucos dias para o segundo turno, as notícias não são nada boas para o Partido dos Trabalhadores (PT) conquistar alguma capital brasileira. As pesquisas recentes mostram que a legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está atrás nas quatro cidades em que tem candidatos próprios — além de São Paulo, onde Guilherme Boulos (PSOL) conta com total apoio do PT. Com exceção de Cuiabá, os correligionários de Lula penam para herdar os votos que foram do presidente na eleição que culminou com o seu terceiro mandato em 2022.

Em 2020, o partido ficou sem vencer em capitais pela primeira vez desde que foi fundado. Retomar ao menos uma este ano é considerado um feito de valor simbólico. Além de Cuiabá, o PT disputa em Fortaleza, Natal e Porto Alegre. Em todas elas, os postulantes petistas passaram para o segundo turno já em desvantagem.

Os resultados com mais chances de virada são registrados onde o embate é com o PL de Jair Bolsonaro: Fortaleza e Cuiabá. Na maior capital do Nordeste, Evandro Leitão está dois pontos atrás do bolsonarista André Fernandes (PL) — que vem evitando se associar a Bolsonaro na campanha, dada a rejeição ao ex-presidente.

O resultado é de 45% a 43%, segundo a pesquisa Datafolha mais recente. Lula chegou a ir a Fortaleza para tentar impulsionar Leitão. O candidato tem apenas 70% dos votos que foram do presidente em 2022, enquanto Fernandes abocanha 91% dos bolsonaristas, de acordo com o levantamento.

Leitão também é apoiado pelo governador Elmano de Freitas e pelo ministro da Educação, Camilo Santana, ambos do PT. A disputa em Fortaleza desperta atritos entre o partido e um antigo aliado, o PDT. A sigla do ex-governador Ciro Gomes teve quadros declarando voto em Fernandes, o que levou a críticas do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, presidente licenciado da legenda e principal dirigente trabalhista desde a morte de Leonel Brizola, em 2004.

Atrair os votos que foram no primeiro turno para o prefeito derrotado do PDT, José Sarto — 11,7% — é fundamental para Leitão conseguir embalar na reta final. Também no Nordeste, o partido de Lula fica atrás em Natal, no Rio Grande do Norte. Natália Bonavides tem 39%, contra 45% de Paulinho Freire (União). A petista até encorpou as intenções de voto após o primeiro turno — ficou com 28,4% dos votos válidos nas urnas, e Paulinho, 44%. Mas, a exemplo de Leitão, Bonavides pena para herdar um percentual maior de lulistas: somente 67% declaram voto nela, contra 81% de bolsonaristas que optam pelo adversário.

Outra capital com diferença apertada, mas na qual o PT também está em segundo, é Cuiabá. Apesar de o Centro-Oeste ser um reduto bolsonarista, Lúdio Cabral (PT), com 41%, tem apenas três pontos a menos que Abilio Brunini (PL). O resultado configura empate técnico, a despeito da desvantagem numérica.

Se no Nordeste e no Centro-Oeste os resultados são apertados, no Sul o PT vem perdendo de lavada. Em Porto Alegre, Maria do Rosário aparece com 30% na Quaest da semana passada. Candidato à reeleição, Sebastião Melo (MDB) vai a 52%.

Além das candidaturas próprias, o partido aparece atrás em São Paulo, maior cidade do País, onde Boulos, com a vice petista Marta Suplicy, foi uma grande aposta de Lula, mas atrai hoje meros 65% dos eleitores do presidente, segundo o Datafolha.

Na capital paulista, o candidato da esquerda não consegue passar dos 33% — percentual registrado no Datafolha por duas semanas seguidas, assim como na Quaest de quarta-feira passada.

Periferias

Levantamento mostra que os candidatos desse campo do espectro político, que tem o PT à frente, recebem hoje menos votos do que no início do século nas áreas mais pobres de capitais onde vão disputar o segundo turno, casos de São Paulo e Porto Alegre.

A análise leva em conta bairros com os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) nessas cidades. Em São Paulo, os distritos mais pobres estão no extremo sul da capital, como Marsilac, Parelheiros e Grajaú. Durante o início do século XX, a região chegou a ser conhecida como “Martalândia”, em razão do forte apoio recebido pela ex-prefeita petista Marta Suplicy nas suas campanhas em 2000, 2004 e 2008.

Entretanto, a situação do PT e da esquerda vem se tornando mais difícil. Na eleição em curso agora, o partido não apresentou um candidato próprio pela primeira vez desde a redemocratização, apoiando Guilherme Boulos (PSOL). Em 2000, Marta teve 71.974 votos no Grajaú, enquanto o candidato do PSOL conquistou 45.697 eleitores na mesma região no início do mês, 36% a menos.

O cenário também é de estagnação na periferia de Porto Alegre. Em Lomba do Pinheiro, onde o PT já teve vitórias expressivas, a situação mudou substancialmente. Em 2000, o candidato do PT à prefeitura, Tarso Genro, teve, sozinho, 48 mil votos na zona eleitoral. Neste ano, Maria do Rosário conseguiu 19 mil — seis a cada dez votos dados ao partido escaparam no período. Mesmo somando seu desempenho com o de Juliana Brizola (PDT), foram 31 mil votos no bairro, 17 mil a menos do que há 24 anos.

O retrato é bem distinto ao que já foi vivenciado na capital gaúcha: entre 1988 e 2000, o PT venceu quatro eleições seguidas, com Olívio Dutra, Tarso Genro, Raul Pont e, novamente, Tarso Genro. As informações são do jornal O Globo.

 

 

 

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