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Mundo Estados Unidos acusam Rússia de impedir exportações e usar alimento como arma

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Secretário de Estado declarou que bloqueio naval é responsável por falhas no fornecimento de alguns itens e por aumento de preço. (Foto: Reprodução)

Em meio à inflação global de alimentos e combustíveis acentuada pela invasão russa da Ucrânia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, acusou Moscou de usar o bloqueio da exportação de produtos agrícolas ucranianos como uma arma na guerra e afirmou que tal ação põe em risco a segurança alimentar de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Em reunião na última quinta-feira do Conselho de Segurança da ONU, Blinken afirmou que os russos estão impondo um bloqueio naval aos portos ucranianos e atingindo “infraestrutura civil que é crítica para a produção e o transporte de alimentos,”, além de destruir “unidades de armazenamento de grãos” e “roubar estoques de alimentos em partes da Ucrânia ilegalmente ocupadas”.

“As consequências dessas ações foram devastadoras: o suprimento de comida para milhões de ucranianos, e milhões ao redor do mundo, foi literalmente mantido refém pelos militares russos”, disse o secretário de Estado.

De acordo com estimativas, Ucrânia e Rússia fornecem, juntas, 12% das fontes de calorias negociadas globalmente — entre elas, grandes percentuais do mercado internacional de milho, centeio, óleo de girassol e de canola e, especialmente, de trigo, com quase um terço de todo o produto consumido no mundo.

Bloqueio

No momento, não parece haver disposição por parte da Rússia de mudar o estado das coisas. Em resposta a Blinken, o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, disse que a sugestão de que a Rússia é a culpada pela crise alimentar é “absolutamente falsa”, e apontou para fatores anteriores que afetaram a produção global.

Já o ex-presidente e vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, culpou também as sanções internacionais impostas a Moscou pelas quebras na oferta de commodities agrícolas.

“Tudo parece ser ilógico: por um lado, sanções malucas são impostas, mas por outro há demanda para fornecer alimentos”, escreveu em seu canal no Telegram. “As coisas não funcionam dessa forma. Não somos idiotas.”

Os russos alegam que as sanções impostas contra parte de seu setor financeiro impedem a realização de operações comerciais, com o vice-chanceler russo, Andrei Rudenko, sugerindo que o abandono das punições seria necessário para permitir a retomada do suprimento de ao menos parte da demanda do mercado.

“É necessário olhar mais profundamente para toda a série de razões que causaram a crise alimentar e, especialmente, para essas sanções que foram impostas à Rússia pelos EUA e União Europeia que interferem com o comércio normal, atingindo produtos alimentares como trigo, fertilizantes e outros”, disse Rudenko, citado pela Interfax.

‘Fome catastrófica’

Semanas antes do conflito, o Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) já alertara que este seria um “ano de fome catastrófica”, mencionando condições meteorológicas extremas, como ciclones e secas, além de outras guerras, com destaque para Iêmen, Síria e Etiópia, e dos impactos da pandemia da Covid-19.

“Entre 2019 e hoje, o número de pessoas à beira da fome aumentou de 27 milhões para 44 milhões. E cerca de 232 milhões de pessoas estão perto de entrar nessa categoria”, escreveu, em artigo publicado em março no Washington Post, David Beasley, diretor-executivo do PMA. “O PMA ajudou cerca de 128 milhões de pessoas com dinheiro e comida no ano passado […], e as fagulhas da fome estão se espalhando por todos os lugares, do corredor seco da América Central às areias da Somália”, advertiu.

Ao mencionar a Ucrânia, Beasley lembrou, agora durante reunião na ONU, na quarta-feira, que metade do trigo usado para assistir essas 128 milhões mencionadas vem da Ucrânia.

“Se você tem algum coração, por favor abra esses portos”, afirmou, em apelo ao presidente russo, Vladimir Putin.

Segundo analistas, cerca de 90% de todas as exportações ucranianas de grãos e demais commodities agrícolas passam por terminais portuários. Em alguns lugares, como Odessa, a chegada de navios de transporte se torna inviável por causa do bloqueio naval e das minas navais instaladas pela própria Ucrânia. Em outros, como Mariupol, as instalações estão sob controle das forças russas. Na quinta-feira, o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, acusou os russos de tentarem vender um carregamento de trigo produzido pela Ucrânia para o Egito. Moscou não comentou.

Alternativas como o transporte por ferrovias, rodovias ou, em último caso, aéreo, é caro, ineficiente e encontra obstáculos logísticos.

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https://www.osul.com.br/estados-unidos-acusam-russia-de-impedir-exportacoes-e-usar-alimento-como-arma/ Estados Unidos acusam Rússia de impedir exportações e usar alimento como arma 2022-05-21
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