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Estados Unidos anunciam envio de tropas ao Oriente Médio após escalada de conflitos entre Israel e o Hezbollah

Fuga em massa em direção ao norte do Líbano após os ataques de Israel. (Foto: Mohammed Zaatari/dpa/AP/picture alliance)

Diante da iminência de uma nova guerra entre Israel e o Hezbollah, os Estados Unidos anunciaram nessa segunda-feira (23) que enviarão tropas ao Oriente Médio. O anúncio foi feito pelo Pentágono, que não detalhou quantos soldados serão enviados e nem para quais bases eles irão. Mas disse que a decisão foi tomada após a escalada de conflitos entre Israel e o Hezbollah.

Nesta segunda, Israel fez o maior ataque ao Líbano desde o início da guerra em Gaza, matando 492 pessoas. Aviões israelenses bombardearam regiões do sul e do leste do Líbano e a capital Beirute, que já havia sido atacada também na sexta-feira (20).

As tropas adicionais, segundo o porta-voz do Pentágono, o general Pat Ryder, se juntarão às forças norte-americanas que já estão na região. Atualmente, os Estados Unidos têm 4.000 militares que atuam em bases norte-americanas espalhadas pelo Oriente Médio.

O anúncio ocorre no mesmo dia em que a Embaixada dos EUA no Líbano pediu a seus cidadãos que deixem o país por conta do risco de uma guerra regional.

“Devido à natureza imprevisível do conflito em andamento entre o Hezbollah e Israel e as recentes explosões em todo o Líbano, incluindo Beirute, a Embaixada dos EUA pede aos cidadãos americanos que deixem o Líbano enquanto as opções comerciais ainda permanecem disponíveis”, alertou o Departamento de Estado no sábado (21).

Uma fonte de Defesa disse ao jornal americano Wall Street Journal que serão enviados cerca de 25 soldados. Os EUA têm milhares de tropas na região, além de navios de guerra, aviões de combate e sistemas de defesa aérea implantados para proteger tanto as suas forças quanto Israel. Em abril, por exemplo, Washington ajudou a interceptar as centenas de mísseis e drones balísticos lançados pelo Irã contra o Estado judeu em resposta ao ataque ao consulado iraniano em Damasco, na Síria, atribuído a Israel.

No domingo, o presidente Joe Biden afirmou que Washington fará “todo o possível para evitar que estoure uma guerra mais ampla”. A declaração ocorreu horas após o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, dizer à rede ABC News que o país informou ao governo israelense não crer que uma “escalada desse conflito militar seja o melhor para Israel”.

Morte de crianças

Com os ataques, a segunda-feira (23) se tornou o dia mais sangrento no país em mais de 18 anos, desde a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah. Cerca de 800 alvos do grupo foram atacados, segundo os militares israelenses. O bombardeio desta segunda é o mais amplo territorialmente já conduzido desde o início da troca de agressões entre as duas partes, há quase um ano.

O Ministério da Saúde do Líbano disse 492 pessoas morreram mortos, incluindo 35 crianças, e 1,6 mil feridos depois de Israel lançar um ataque aéreo amplo no país nesta segunda-feira (23). O governo libanês informou que também há profissionais de saúde entre as vítimas. Já Israel afirmou que atingiu um dos comandantes do alto escalão do Hezbollah, identificado como Ali Karaki.

Mudança de alvo

Nos últimos dias, o foco da violência mudou da frente sul de Israel com Gaza, onde os militares travam uma guerra contra o grupo terrorista Hamas, para a fronteira norte com o Líbano. Em 7 de outubro, os combatentes do Hamas mataram quase 1,2 mil pessoas e fizeram mais de 250 reféns. Um dia depois, o Hezbollah lançou uma onda de mísseis e artilharia contra o território israelense em demonstração de “solidariedade” ao grupo palestino.

O Hezbollah e o Hamas são aliados e integram o chamado Eixo da Resistência, grupo armado e financiado pelo Irã.

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