Quarta-feira, 05 de março de 2025
Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2025
De acordo com dados da Polícia Federal (PF), os Estados Unidos deportaram mais de 7 mil brasileiros desde 2020. O maior número foi registrado em 2021, no primeiro ano do governo do então presidente Joe Biden.
Veja a distribuição de deportações ano a ano:
– 2020: 1.138 brasileiros deportados;
– 2021: 2.188 brasileiros deportados;
– 2022: 1.423 brasileiros deportados;
– 2023: 1.240 brasileiros deportados;
– 2024: 1.648 brasileiros deportados.
Os primeiros brasileiros deportados dos Estados Unidos após a posse do presidente Donald Trump chegaram ao Brasil neste final de semana. Ao todo, 88 pessoas foram repatriadas até agora em 2025.
A política de deportação de imigrantes ilegais foi um dos pilares da campanha do republicano à reeleição para a presidência dos Estados Unidos.
O primeiro voo com deportados dos Estados Unidos para o Brasil pousou em Manaus na sexta-feira (24). A aeronave, com 158 pessoas a bordo, tinha Belo Horizonte como destino final, mas precisou passar por manutenção, cancelando a decolagem para Minas Gerais.
Durante esta escala em Manaus, houve um desentendimento com a tripulação devido ao calor, e os deportados abriram uma porta de emergência e desembarcaram ainda algemados. Vídeos registraram a cena.
Segundo a Polícia Federal, o uso de algemas em imigrantes é uma praxe em voos fretados dos EUA para repatriação, mas elas são retiradas ao pousar no Brasil, pois os deportados não são prisioneiros.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ordenou a retirada das correntes e solicitou que os deportados fossem levados a Belo Horizonte em um voo da FAB. Itamaraty diz que cobrará EUA por tratamento “degradante”.
Questão de dignidade
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nessa segunda-feira (27) que a forma como os brasileiros deportados dos Estados Unidos chegam ao país é uma questão de dignidade, soberania nacional e segurança. Andrei deu entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura.
No fim de semana, um voo com brasileiros deportados pelo governo Donald Trump chegou ao país. Eles estavam algemados quando desceram do avião, o que gerou reação do governo brasileiro.
Segundo Andrei, os repatriados não podem ser equiparados a presidiários e devem ser tratados com respeito e humanidade ao retornarem ao país.
“O caso tem, fundamentalmente, três eixos que a gente precisa avaliar. Em primeiro lugar, é a dignidade daquelas pessoas, dos cidadãos brasileiros, que não são presidiários, que estavam chegando ao nosso país repatriados dos Estados Unidos. O segundo ponto é a soberania nacional, para que apliquemos aqui no nosso país as nossas regras sobre o nosso comando das instituições com competência para tanto. Em terceiro lugar, a segurança do voo, a segurança das pessoas do sítio aeroportuário”, explicou.
Andrei também disse que o que quebrou a praxe nessa deportação foi os brasileiros terem descido algemados do avião.
“A grande diferença é que nenhum momento [em deportações anteriores] houve essa exposição, essa falta de atenção e cuidado com brasileiros que chegaram. Cada país tem suas definições e regras, nós temos análise de risco para caso a caso. Tem necessidade de fazer contenção por algemas por pessoas? Há soberania do piloto para determinar algemas para ter voo tranquilo. O grande foco é segurança do voo. Não há justificativa para quem não oferece risco estar algemada”, completou. As informações são do portal de notícias G1.