Domingo, 20 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que abandonará os esforços para intermediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia dentro de alguns dias, a menos que haja sinais claros de que um acordo é possível. A informação veio a público pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, nessa sexta-feira (18).
“Não vamos continuar com esse esforço por semanas e meses a fio. Então, precisamos determinar muito rapidamente agora — e estou falando de questão de dias — se isso é viável nas próximas semanas. Se for, estamos dentro. Se não, então temos outras prioridades para focar também”, disse Rubio em Paris, após se reunir com líderes europeus e ucranianos.
O secretário afirmou, ainda, que Trump segue interessado em um acordo, mas está disposto a seguir em frente caso não haja sinais imediatos de progresso.
O Kremlin rebateu a fala de Rubio e disse que as conversas até aqui geraram progresso, inclusive o cessar-fogo no Mar Negro — que teve acusações cruzadas de violações —, e que a Rússia continua comprometida. Porém, afirmou que o contato com os EUA tem sido “complicado”.
“Os contatos são bastante complicados porque, naturalmente, o tema não é fácil”, disse o porta-voz Dmitry Peskov.
O porta-voz do Kremlin argumentou que já houve “algum progresso” para o acordo de paz, mas disse que o governo dos EUA tem dificultado o diálogo direto. Peskov afirmou ainda que “a Rússia está se esforçando para resolver o conflito, garantindo seus próprios interesses”. E ainda acrescentou:
“Moscou permanece aberta ao diálogo com os Estados Unidos”.
Durante sua campanha eleitoral, Trump prometeu encerrar a guerra nas primeiras 24 horas após assumir a presidência. Ao tomar posse, moderou a promessa, sugerindo que um acordo poderia vir até abril ou maio, à medida que os obstáculos aumentavam.
Os comentários de Rubio destacam a crescente frustração com a falta de progresso nas tentativas de resolver uma lista cada vez maior de desafios geopolíticos.
As relações entre Trump e Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, ficaram estremecidas desde o início do novo mandato do presidente norte-americano, quando os Estados Unidos iniciaram conversas bilaterais com a Rússia por um acordo de paz na Ucrânia, mas sem consultar Kiev.
Depois, em visita à Casa Branca, Zelensky travou um bate-boca com Trump, e a visita terminou mais cedo.