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Estados Unidos e aliados intensificarão ajuda militar à Ucrânia contra a Rússia

Com rumo oscilante, o país é visto como dono de fortes laços com a Rússia. (Foto: Reprodução)

Os Estados Unidos estão dispostos a “mover montanhas” para que a Ucrânia vença a guerra contra a Rússia, afirmou, nesta terça-feira (26), o titular do Pentágono durante uma reunião com ministros de países aliados na Alemanha. No mesmo dia, o secretário-geral da ONU reivindicou, em Moscou, a criação de corredores humanitários para os civis ucranianos.

“A Ucrânia acredita claramente que pode vencer, assim como todo o mundo aqui”, disse o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, na abertura desta reunião na base americana de Ramstein que tem como propósito acelerar o fornecimento de equipamentos militares que a Ucrânia reclama para repelir a invasão iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro.

“Vamos continuar movendo montanhas para poder satisfazer” os desejos da Ucrânia, afirmou Austin.

Além disso, o chefe do Pentágono disse, ao término da reunião, que esses encontros serão realizados mensalmente, com o objetivo de avaliar as necessidades de defesa da Ucrânia.

No último domingo, ele visitou Kiev junto com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

Armas

Depois de se recusar a fornecer armas de ataque à Ucrânia, Estados Unidos, Reino Unido, França e República Tcheca mudaram de posição. Até mesmo a Alemanha pretende enviar tanques do tipo “Gepard”, especializados na defesa antiaérea, afirmou uma fonte do governo de Berlim.

A mais longo prazo, “queremos ver a Rússia enfraquecida até o ponto em que não possa fazer coisas como a invasão da Ucrânia”, afirmou Austin na segunda-feira.

Visita

No plano diplomático, as negociações entre Rússia e Ucrânia parecem mais estagnadas que nunca.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, visitou Moscou nesta terça-feira, em sua primeira viagem à capital russa desde que o conflito começou.

“Propus a criação de um grupo de contato que reúna Rússia, Ucrânia e Nações Unidas para buscar as possibilidades de abertura de corredores humanitários”, declarou Guterres em uma coletiva de imprensa ao lado do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

“É urgente” criar esses corredores para a remoção de civis, que sejam “realmente seguros e eficazes”, acrescentou.

Lavrov, por sua vez, garantiu que a Rússia está “disposta a cooperar com nossos colegas da ONU para aliviar o sofrimento da população civil”.

Além disso, Guterres afirmou que a ONU está “disposta a mobilizar plenamente seus recursos humanos e logísticos para ajudar a salvar vidas em Mariupol”, a cidade portuária do sudeste devastada pelos bombardeios desde o início de março.

Posteriormente, durante o encontro entre o presidente russo Vladimir Putin e Guterres, o primeiro disse que ainda acreditava na possibilidade de uma solução diplomática para o conflito na Ucrânia.

“Apesar de que a operação militar [russa na Ucrânia] estar se desenvolvendo, continuamos tendo esperanças na capacidade de alcançar acordos pela via diplomática. Estamos negociando, não rejeitamos [negociar]”, disse Putin a Guterres.

Anteriormente, em uma conversa por telefone com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, Putin assinalou que “as autoridades de Kiev devem assumir sua responsabilidade política e, guiados por princípios humanitários, instar [os combatentes] a entregar as armas”, segundo o Kremlin.

Avanços

As forças ucranianas conseguiram conter a ofensiva russa contra a capital, Kiev, mas as tropas de Moscou avançam lentamente no sul do país e no Donbass, no leste da Ucrânia, área parcialmente controlada pelos separatistas pró-Rússia desde 2014.

As forças russas continuam bombardeando o grande complexo siderúrgico de Azovstal, onde estão entrincheirados os últimos combatentes ucranianos, disse o governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, no Facebook.

Segundo Kiev, cerca de 100 mil civis estão bloqueados em Mariupol.

O conflito já forçou quase 13 milhões de ucranianos a abandonar suas casas, incluindo mais de cinco milhões que fugiram do país, segundo a ONU.

Nesta terça, a organização afirmou que o número de pessoas em fuga do país pode alcançar 8,3 milhões ainda este ano e dobrou, para US$ 2,25 bilhões, o seu pedido de ajuda humanitária de emergência para a Ucrânia.

A prefeitura de Kiev, por sua vez, iniciou nesta terça a demolição de um monumento da era soviética que representava a amizade entre Rússia e Ucrânia.

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