O Federal Reserve, equivalente ao banco central dos Estados Unidos aumentou nesta quarta-feira (2) a taxa de juros em 0,75 ponto percentual conforme continuou a combater a inflação em máximas de 40 anos. O órgão, porém, sinalizou que futuros aumentos nos custos de empréstimos podem ser menores para levar em conta o “aperto acumulado da política monetária” até agora.
A nova linguagem no comunicado de política monetária observa o impacto ainda em evolução do rápido ritmo de aumento de juros do Fed, e um desejo de focar em um nível para os juros “suficientemente restritivo para levar a inflação a 2% ao longo do tempo”.
“Aumentos contínuos na meta de juros serão apropriados”, disse o banco central dos EUA ao final de sua última reunião de política monetária.
Amplo debate
Apesar de não excluírem qualquer decisão futura, as autoridades disseram: “Ao determinar o ritmo de aumentos futuros, o Comitê (Federal de Mercado Aberto) levará em conta o aperto acumulado da política monetária, a defasagem com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação, e acontecimentos econômicos e financeiros”.
A linguagem reconhece o amplo debate que surgiu em torno do aperto pelo Fed, seu impacto sobre as economias norte-americana e mundial, e o perigo de que grandes aumentos contínuos dos juros possam estressar o sistema financeiro ou desencadear uma recessão.
Embora seus rápidos aumentos recentes tenham sido feitos em nome de um movimento “rápido” para alcançar a inflação em mais de três vezes a meta de 2% do Fed, o banco central está agora entrando em uma fase mais sutil – ajuste fino.
Mais alta
A decisão deixou a taxa de juros em uma faixa entre 3,75% e 4,00%, a mais alta desde o início de 2008. O banco central dos Estados Unidos aumentou os juros em suas últimas seis reuniões desde em março, marcando a rodada mais rápida de aumentos de juros desde a luta do ex-presidente do Fed Paul Volcker para controlar a inflação nos anos 1970 e 1980.
O comunicado do Fed disse que as autoridades permanecem “altamente atentas aos riscos inflacionários”, abrindo as portas para novos aumentos. A economia, observou o Fed, parece estar crescendo modestamente, com ganhos de empregos ainda “robustos” e desemprego baixo.