Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de julho de 2024
O governo dos Estados Unidos afirmou ao governo brasileiro que não há informações se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou ou não um comprovante de vacina para entrar no país, em dezembro de 2022. A informação foi repassada nessa quinta-feira pela Polícia Federal (PF) ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) aguardava esse esclarecimento para decidir se denuncia Bolsonaro por um suposto esquema de fraude de cartões de vacinação.
O Departamento de Justiça americano informou ao Ministério da Justiça que o órgão que cuida da proteção das fronteiras (CBP, na sigla em inglês) não tem o registro sobre se foi apresentada algum comprovante ou mesmo alegação de que Bolsonaro e outros membros de sua comitiva tinham se imunizado contra a covid.
“O CBP não possui registro do que, se algo, esses indivíduos forneceram como prova de vacinação contra a covid, e os registros de entrada e saída não abordam se esses indivíduos alegaram que estavam vacinados ou se estavam isentos dos requisitos de vacinação”, diz o ofício.
As autoridades americanas afirmaram que há registros de entradas e saídas de Bolsonaro entre janeiro de 2021 e março de 2023, mas que não há informações sobre eventuais comprovantes. O mesmo se aplica ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid e os ex-assessores Max Machado, Sergio Cordeiro e Marcelo Câmara, além da esposa de Cid, Gabriela Cid.
Já em relação a outros investigados pelo suposto esquema — como o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), o ex-secretário de Saúde de Duque de Caxias João Carlos Brecha e o ex-major Ailton Barros — não há registros de entrada e saída nos Estados Unidos.
O relator, ministro Alexandre de Moraes, enviou o relatório à PGR e determinou o prazo de 15 dias para uma manifestação.
Em março, a PF indiciou Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outras 15 pessoas pela suspeita de fraude nos cartões de vacina. No mês seguinte, contudo, a PGR optou por não apresentar uma denúncia, e no lugar, solicitou mais diligências.
Na época, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que era preciso esperar a resposta d do pedido feito ao governo americano, que tinha como objetivo esclarecer se Bolsonaro e outros investigados utilizaram os certificados falsos no país.
“É relevante saber se algum certificado de vacinação foi apresentado por Jair Bolsonaro e pelos demais integrantes da comitiva presidencial, quando da entrada e permanência no território norte- americano”, escreveu o procurador-geral.