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Colunistas Estados Unidos olham com alegria e cautela a queda do ditador Sírio

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Ex-presidente Bashar al-Assad. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Ao apagar das luzes do governo Biden e, com todas as esperanças e expectativas voltados para a posse de Donald Trump que ocorrerá em 20 de janeiro, a queda do ditador Bassar al-Assad provocou ao mesmo tempo alívio e preocupação com o futuro relacionamento da Síria com os Estados Unidos. Apesar da guerra civil ter durado mais de uma década na Síria, o que incomodava muito o governo estadunidense era a estreita relação do ditador sírio com a Rússia e Irã. Ao mesmo tempo que gostariam de ver a queda do ditador, que permitia bases militares russas em seu território e mantinha estreito relacionamento com o Irã e grupos terroristas, havia o receio de quem poderia assumir o poder caso Assad caísse. Ele resistiu à “primavera árabe” (manifestações populares que ocorreram na região) há mais de 12 anos quando muitos achavam que ocorreria o fim da era Assad na Síria. As atrocidades cometidas pelo ditador sírio, inclusive a utilização de armas químicas por mais de cem vezes contra seu próprio povo, violando tratado internacional que proíbe a produção, estocagem e uso desses armamentos. Todo este “esforço” custou muito caro para o ditador e seus aliados. Especialistas apontam perda de quase metade do exército sírio durante a guerra civil de mais de 12 anos, quer seja por morte, quer seja por deserção ou simplesmente abando do território. Os equipamentos na maior parte eram sucatas da extinta União Soviética que foram se degradando com o tempo e aquilo que já não era uma maravilha foi piorando significativamente.

Onde entra o papel dos aliados e sanções dos Estados Unidos?

A partir do ano de 2020 as sanções impostas pelos Estados Unidos contra a Síria se intensificaram e, segundo o professor de Relações Internacionais da Universidade de Londres, a situação econômica da Síria mudou radicalmente nos últimos três anos, influenciando nas verbas destinadas à manutenção das forças armadas, principalmente nos salários dos militares. Quando um país vai mal em todos os seus setores é ilógico imaginarmos que as suas forças militares estejam bem, basta ver aquilo que a Rússia vem passando na invasão da Ucrânia. A tão temida potência bélica russa atravessou e atravessa sérios problemas, salientando que aqui não nos referimos a armas nucleares que são um caminho sem volta e de consequência inimaginável para todo o mundo. A invasão da Ucrânia completará três anos no mês de fevereiro, impondo à Rússia altos custos financeiros bem como fortes sanções internacionais. Aliás, tal invasão só foi possível para um país com a economia debilitada graças à velada e indireta aquiescência da China e Irã. Jamais a Rússia assumiria os custos da guerra e sanções sem esta garantia. A conta chegou e um aliado importante que mantém bases militares no território sírio perdeu a capacidade de manter a ajuda. E o Irã e grupos extremistas? Há mais de um ano os grupos extremistas/terroristas Hamas e Hezbollah estão sofrendo as consequências do ataque realizado a Israel com mortes e reféns. Esses grupos são financiados pelo Irã de maioria xiita enquanto os rebeldes da Síria de maioria sunita. Manter o Hamas e Hezbollah custa muito caro e praticamente não há retorno financeiro, apenas o “espiritual”. O Irã também começou a sofrer ataques diretos de Israel em seu território e, mais uma vez ficou patente a imensa superioridade do potencial militar de Israel sobre estes adversários. Em que pese o auxílio indireto dos Estados Unidos, aconteceu com Israel o inverso daquilo que era imaginado quanto à Rússia e Irã. O mundo se surpreendeu com o extremo poderio bélico de Israel e a par da decadência da tão temida força dos inimigos. Assim sendo, o segundo aliado também apresenta fragilidades internas, inclusive religiosas, passando a se preocupar mais com sua defesa e imagem perante o mundo. Os danos causados por Israel aos grupos extremistas/terroristas e indiretamente ao Irã são profundos e nunca experimentados e, provavelmente levará décadas para possível restabelecimento. As lideranças foram duramente atingidas e o aspecto moral sofreu danos irreparáveis. Donald Trump declarou que acompanha de perto o desdobramento da situação, já o Presidente Biden declarou sus felicidade com o fim da era Assad mas externou sua preocupação com o futuro. Devido ao histórico da Síria, localização geográfica, mistura religiosa e “parceiros” tradicionais, tudo leva a crer que nenhuma hipótese agradará muito aos Estados Unidos, todavia ninguém pode descartar a famigerada afirmação: “pior que está não fica”.

Desejo a todos um ótimo Natal e próspero 2025.

@munhozdennis

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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Canetada de Fabiano some com 13º dos Correios
Panorama Político
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