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Mundo Estados Unidos proíbem qualquer transação com Banco Central da Rússia

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Ocidente acerta o alvo na guerra econômica, rublo desaba e BC russo dobra juros.

Foto: Reprodução
AOcidente acerta o alvo na guerra econômica, rublo desaba e BC russo dobra juros. (Foto: Bloomberg/Reprodução)

Os Estados Unidos proibiram, nesta segunda-feira (28), todas as transações com o Banco Central da Rússia, sanção de efeito imediato e de uma gravidade sem precedentes, que limitará consideravelmente a capacidade de Moscou para defender sua moeda e apoiar sua economia. A medida foi tomada em coordenação com vários aliados de Washington, em resposta à invasão da Ucrânia.

“Esta decisão tem como efeito imobilizar todos os ativos que o Banco Central da Rússia tem nos Estados Unidos ou que estão nas mãos de cidadãos americanos”, detalhou um comunicado do Departamento do Tesouro.

A medida é a mais recente sanção de uma série de ações econômicas agressivas que os países ocidentais adotam contra a Rússia.

A cotação do rublo desabou nesta segunda-feira e registrou valores mínimos em relação ao dólar e ao euro na abertura no mercado de câmbio em Moscou. Para defender a economia e a moeda nacional, o Banco Central da Rússia anunciou que dobrará a taxa básica de juros para 20%, o maior patamar desde 2003. As Bolsas europeias operam em forte queda e a Bolsa russa não abrirá.

As operações para defender o rublo, em franca queda, “não serão mais possíveis e a ‘fortaleza Rússia’ se encontra indefesa”, disse um funcionário de alto escalão do governo americano. A mesma fonte considerou que essas sanções coordenadas vão deflagrar um “círculo vicioso” para a economia russa e antecipou: “A inflação certamente vai disparar, o poder aquisitivo entrará em colapso, os investimentos entrarão em colapso”.

“Nosso objetivo é garantir que a economia russa se contraia, enquanto o presidente [russo, Vladimir] Putin decidir seguir adiante com a invasão da Ucrânia”, acrescentou o alto funcionário.

Na noite de sábado, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido anunciaram a remoção de alguns bancos russos do sistema de transações bancárias internacionais Swift. O objetivo é garantir que “esses bancos sejam desconectados do sistema financeiro internacional e que sua capacidade de operar globalmente seja prejudicada”.

Nesta segunda-feira, o Kremlin reconheceu que a realidade econômica da Rússia mudou, mas disse não ver razão para duvidar da eficácia e confiabilidade do Banco Central. A presidente do BC russo, Elvira Nabiullina, reafirmou que o país tem um sistema que pode substituir internamente o Swift, enfatizando a necessidade de apoiar os clientes dos bancos. Nabiullina disse que todos os bancos na Rússia cumprirão suas obrigações e todos os fundos em suas contas estão garantidos.

“A realidade econômica mudou consideravelmente”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres. — Estas são sanções fortes, são problemáticas, mas a Rússia tem potencial para compensar os danos.

Os Estados Unidos ainda recomendaram que seus cidadãos deixem a Rússia “imediatamente”.

“Os cidadãos americanos devem considerar ir embora da Rússia imediatamente por meio das opções de viagens comerciais ainda disponíveis”, declarou o Departamento de Estado em um comunicado, que já havia desaconselhado viagens ao país.

Os EUA também anunciaram a suspensão das operações de sua embaixada na Bielorrússia, em Minsk, e autorizaram a saída voluntária do pessoal não essencial de sua delegação diplomática em Moscou.

“Tomamos essas medidas devido a preocupações de segurança decorrentes do ataque não provocado e injustificado das forças militares russas contra a Ucrânia”, anunciou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em um comunicado.

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