Terça-feira, 25 de março de 2025
Por Redação O Sul | 24 de março de 2025
Essa "tarifa secundária" entrará em vigor em 2 de abril, informou
Foto: ReproduçãoO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (24) que qualquer país que compre petróleo ou gás da Venezuela pagará uma tarifa de 25% sobre negociações feitas com os EUA. Essa “tarifa secundária” entrará em vigor em 2 de abril, informou Trump em publicação no Truth Social.
Trump afirmou ainda que a Venezuela enviou, propositalmente, “dezenas de milhares de criminosos” — incluindo membros de uma gangue venezuelana chamada de “Tren de Aragua” —, e que tem sido muito “hostil aos EUA e às liberdades” defendidas pelo país.
“Portanto, qualquer país que compre petróleo e/ou gás da Venezuela será forçado a pagar uma tarifa de 25% aos Estados Unidos em qualquer comércio que fizer com nosso país”, disse Trump em sua rede social.
No início deste mês, Trump emitiu uma ordem para suspender por 30 dias uma licença que os EUA haviam concedido à Chevron desde 2022 para operar na Venezuela e exportar seu petróleo, depois de acusar o presidente Nicolás Maduro de não progredir nas reformas eleitorais e no retorno de migrantes.
Após o anúncio de Trump, os preços do petróleo no mercado internacional subiam 1%. Apesar da publicação sobre novas taxas impostas aos países que compram petróleo e gás da Venezuela, a mídia internacional tem sinalizado que o presidente norte-americano pode ser mais flexível com alguns setores específicos na imposição das tarifas recíprocas, prometidas pelo republicano em fevereiro.
Um funcionário do governo Trump advertiu nesta segunda, no entanto, que a situação era fluida e que nenhuma decisão final havia sido tomada.
O próprio Trump determinará, em última instância, o conteúdo do anúncio de 2 de abril, que ele tem chamado de “Dia da Liberação” para a economia dos EUA. O movimento tem como objetivo reduzir o déficit global de US$ 1,2 trilhão no comércio de mercadorias, elevando as tarifas dos EUA aos níveis cobrados por outros países e contrapondo suas barreiras comerciais não tarifárias.
Trump disse em fevereiro que pretende impor tarifas sobre automóveis “na casa dos 25%” e taxas semelhantes sobre semicondutores e importações de produtos farmacêuticos, mas depois concordou em adiar algumas tarifas sobre automóveis após pressão das três maiores montadoras dos EUA para obter uma isenção.
A turbulenta ofensiva tarifária de Trump desde sua posse em janeiro tem sido marcada por ameaças, reversões e atrasos, às vezes horas antes dos prazos de imposição, à medida que sua equipe comercial formula políticas rapidamente.
Até o momento, ele impôs novas tarifas de 20% sobre as importações chinesas, restaurou totalmente as tarifas de 25% sobre as importações globais de aço e alumínio e impôs tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México que não estão em conformidade com um acordo comercial norte-americano.
Duas altas autoridades de Trump — o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o principal assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett — disseram na semana passada que o governo deverá focar o esperado anúncio de tarifas recíprocas em 2 de abril em um conjunto mais restrito de países com os maiores superávits comerciais e altas barreiras tarifárias e não tarifárias.
Bessent se referiu a esses países como os “15 Sujos”, uma referência a 15% dos países, enquanto Hassett disse à Fox Business que o foco seria em 10 a 15 países.
Um porta-voz do escritório do Representante de Comércio dos EUA, que está liderando o esforço para determinar as tarifas recíprocas, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Um porta-voz da Casa Branca também não respondeu.
Em uma solicitação de comentários públicos sobre as tarifas recíprocas, o escritório do Representante de Comércio disse que estava particularmente interessado nos maiores parceiros comerciais dos EUA e aqueles com os maiores superávits comerciais de mercadorias.
O escritório do Representante de Comércio indicou Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, União Europeia, Índia, Indonésia, Japão, Coreia, Malásia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Suíça, Taiwan, Tailândia, Turquia, Reino Unido e Vietnã como sendo de interesse particular, acrescentando que eles cobrem 88% do comércio total de mercadorias com os EUA.