O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou durante seu discurso de posse, nesta segunda-feira (20) que os Estados Unidos vão retomar o Canal do Panamá, e que o Panamá desrespeitou o tratado ao violar a neutralidade exigida nas operações do canal.
“O propósito do nosso acordo e o espírito do nosso tratado foram totalmente violados”, disse Trump.
“Navios americanos estão sendo severamente sobrecarregados e não estão sendo tratados de forma justa, e isso inclui a Marinha dos Estados Unidos”, acrescentou. “E acima de tudo, a China está operando o Canal do Panamá e não o demos à China. Nós o demos ao Panamá. E estamos tomando de volta.”
Desde dezembro de 2024, ainda como presidente eleito, Trump publicou mensagens ameaçando retomar o controle do Canal do Panamá, criticando o país pela cobrança de taxas que ele afirmou serem excessivas para permitir a passagem de navios americanos entre os oceanos Pacífico e Atlântico.
“As taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, especialmente considerando a extraordinária generosidade que os EUA têm demonstrado ao Panamá. Não foi dado para o benefício de outros, mas meramente como um símbolo de cooperação conosco e com o Panamá. Se os princípios, tanto morais quanto legais, deste gesto magnânimo de doação não forem seguidos, então exigiremos que o Canal do Panamá seja devolvido a nós, integralmente, e sem questionamentos”, escreveu Trump na rede social Truth Social em 21 de dezembro.
Na publicação, Trump também afirmou que não deixaria o canal cair em “mãos erradas”. Segundo a agência de notícias Reuters, uma provável referência à influência da China no canal, já que uma subsidiária da CK Hutchison Holdings 0001.HK , empresa sediada em Hong Kong, administra há muito tempo dois portos localizados nas entradas do Caribe e do Pacífico.
Os Estados Unidos construíram grande parte do canal e administraram o território ao redor da passagem por décadas, mas a assinatura de acordos entre o país e o governo panamenho, em 1977, abriu caminho para o retorno do canal ao controle total do Panamá em 1999, após um período de administração conjunta.
A hidrovia, que permite a passagem de até 14 mil navios por ano, é responsável por 2,5% do comércio marítimo global e é essencial para as importações de automóveis e produtos comerciais dos EUA por navios porta-contêineres da Ásia, e para as exportações de commodities dos EUA, incluindo gás natural liquefeito.