Se a votação na Câmara dos Deputados fosse hoje, o impeachment da presidenta Dilma teria a aprovação de 72% dos parlamentares, indicou análise estatística do professor de economia da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) Regis Ely. Para que o processo seja aprovado, são necessários votos de 342 parlamentares, 67% do total. “A não ser que ocorra fato político muito relevante, há probabilidade de cerca de 75% de o impeachment passar”, disse Ely, que atua nas áreas de previsão, análise de dados, séries temporais e finanças.
O algoritmo construído por Ely parte do princípio de que a decisão dos deputados sofre influência do partido e do Estado pelo qual foram eleitos. Com base nisso, ele inferiu qual será a posição dos que ainda não declararam seu voto. O número de deputados indecisos mostra, porém, que há negociação em curso, o que eleva a volatilidade das decisões.
Ely ressaltou dois fatores que podem afetar a previsibilidade da votação, prevista para ocorrer no dia 17. A ordem de votação, que ainda não foi definida pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pode provocar um “efeito manada”, e as ausências. Se as faltas não superarem 5%, a tendência é que o processo seja autorizado. Mas se for maior que 6%, o resultado final da votação parece se inverter. (Folhapress)