Uma nova dieta tem como objetivo perder peso sem passar fome, reduzir compulsões e ajudar cada um a identificar impactos que os vários alimentos provocam em seu corpo para, então, criar o regime mais adequado. A proposta do programa Whole30 não é nada fácil: retirar da alimentação grãos, açúcares, laticínios e leguminosas por um mês, para desintoxicar o organismo. Depois, aos poucos, reintroduzir esses alimentos, observando as reações no humor, no sono, na digestão e na imunidade.
Depois de 50 semanas na lista de mais vendidos do jornal “The New York Times”, o livro “Whole30 – 30 dias para Mudar”, da nutricionista americana Melissa Hartwig, chegou ao Brasil pela editora Sextante. Segundo a autora, o mais difícil é o planejamento: fazer compras, preparar o novo cardápio e… cozinhar.
Apesar de a dieta ser um pouco cara para os padrões brasileiros, Melissa assegura que o investimento vale a pena: “É difícil competir com os preços do fast-food, mas estamos falando de saúde. Este é o único corpo que você terá nesta vida, e para ser saudável e feliz é preciso investir nele”.
A nutricionista explica que a retirada de certos grupos de alimentos como açúcar ou laticínios pode melhorar o sono, o humor e os níveis de energia. “Quando comemos alimentos que têm impacto negativo no corpo, diferentes sistemas do organismo sofrem, e aparecem sintomas como alergias, asma, enxaqueca, diabetes, colesterol alto e doenças cardíacas. Ao eliminar esses alimentos problemáticos, descobrimos qual o impacto deles.”
Segundo a especialista, o objetivo é ajudar cada um a identificar os impactos dos grupos de alimentos para criar a dieta perfeita individualmente.
Dieta específica para cada pessoa
Hoje, no centro das discussões acerca de obesidade e sobrepeso, está uma “pergunta de um milhão de dólares” que motiva estudos de pesquisadores mundo afora: por que algumas pessoas conseguem perder 10 quilos com uma dieta, enquanto outras, seguindo exatamente o mesmo regime alimentar, chegam até a ganhar peso?
Um estudo da Universidade Harvard (EUA) levanta a discussão mostrando justamente essa (revoltante) realidade. Indivíduos podem ter o mesmo excesso de peso, idade, classe socioeconômica, sexo e, ainda assim, precisarem de estratégias diferentes para emagrecer. O tratamento ideal para alguns pode não servir de nada para outros.
Tais constatações levaram os especialistas na área a concordar que a obesidade, assim como o seu estágio inicial, o sobrepeso, não é só uma doença, mas várias. Alguns estudiosos chegam a enumerar mais de 50 tipos de obesidade, muitos ligados a genes específicos. As causas para a constante luta contra o excesso de peso podem atender por vários nomes: hipotireoidismo, metabolismo lento, síndrome de Cushing, histórico de pais obesos, ingestão de certos medicamentos que têm o ganho de peso como efeito colateral, e muitos outros. Rastrear o “gatilho” para cada caso de obesidade ajuda a encontrar a melhor estratégia para perder peso – e, o mais importante e mais difícil: não voltar a engordar.
Em geral, é uma questão de tentativa e erro, devendo-se começar pelos métodos menos invasivos até chegar aos mais agressivos quando necessário, diz a endocrinologista Cintia Cercato.
Para o pesquisador Pedro Assed, descobrir o “motor” do ganho de peso é essencial para esboçar uma estratégia de emagrecimento, com a ajuda de um endocrinologista ou nutricionista.