Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de maio de 2024
Muitos estudos demonstraram a associação entre um estilo de vida saudável e a longevidade. Outros, sublinharam o impacto do componente genética na longevidade. Agora, um estudo publicado recentemente na revista científica BMJ Evidence Based Medicine mostrou que mesmo que sua genética o coloque em maior risco de morte precoce, um estilo de vida saudável pode ajudá-lo a combatê-la significativamente.
Para avaliar como genética e estilo de vida interferem na longevidade, pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Escola de Medicina da Universidade Zhejian, na China, analisaram dados de mais de 350 mil pessoas e informações sobre sua genética, educação, status socioeconômico, hábitos e histórico de doenças.
Cada indivíduo analisado recebeu uma pontuação de risco poligenético, que resume a presença de múltiplos genes que impactam a expectativa de vida humana. Os participantes também receberam uma pontuação baseada em como aderiram aos princípios de estilo de vida saudável, incluindo tabagismo, consumo de álcool, qualidade da dieta, cota de sono e níveis de atividade física. Em seguida, eles foram acompanhados por uma média de 13 anos, para verificar se tinham uma expectativa de vida curta, intermediária ou longa.
Os resultados mostraram que todos, independentemente dos riscos genéticos, tinham 78% mais probabilidade de morrer precocemente se tivessem um estilo de vida pouco saudável. Mas as pessoas com risco genético de vida curta e com estilo de vida pouco saudável tinham duas vezes mais probabilidade de morrer precocemente do que aquelas sem risco genético e com estilos de vida mais saudáveis.
Por outro lado, a adesão a um estilo de vida saudável poderia mitigar esse risco de cerca de 62% e aumentar a expectativa de vida de indivíduos com risco genético em até 5,5 anos.
“Este estudo elucida o papel fundamental de um estilo de vida saudável na mitigação do impacto de fatores genéticos na redução da expectativa de vida”, concluem os autores. “As políticas de saúde pública para melhorar estilos de vida saudáveis serviriam como complementos potentes aos cuidados de saúde convencionais e mitigariam a influência de fatores genéticos na esperança de vida humana”.
O que fazer
Mas o que é ter um estilo de vida saudável? No estudo, os pesquisadores conseguiram identificar quatro fatores associados ao maior impacto no risco de morte precoce. São eles: não fumar, praticar atividade física regularmente, dormir adequadamente e seguir uma dieta saudável.
O sono adequado foi definido como dormir de sete a oito horas por noite. Em relação à prática de atividade física, as diretrizes atuais recomendam pelo menos 150 minutos de atividade física moderada e dois dias de treinamento de força por semana para adultos.
Uma limitação apontada pelos pesquisadores é que esse foi um estudo observacional, o que significa que poderia determinar associações, mas não poderia dizer com certeza se os comportamentos eram a causa direta das mudanças na expectativa de vida. Além disso, o estilo de vida foi avaliado apenas num momento do estudo e as escolhas de estilo de vida podem variar ao longo da vida. Os participantes também eram todos de ascendência europeia, o que pode limitar a generalização dos resultados.