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Presidente do Supremo afirma que golpe de Estado esteve “mais próximo do que imaginávamos”

Instituições estrangeiras manifestaram disposição para abrigar o ministro em caso de golpe no País. (Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, comentou nessa terça-feira (19) os fatos investigados pela Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para prender militares acusados de tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final do governo do então presidente Jair Bolsonaro. O plano previa, também, o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.

Durante sessão do CNJ, Barroso disse que é preciso aguardar o desfecho das investigações, mas afirmou que considera as notícias “estarrecedoras”.

“Tudo sugere que estivemos mais próximos do que imaginávamos do inimaginável. O que é possível dizer é que o golpismo, o atentado contra as instituições e contra os agentes públicos que as integram nada tem a ver com ideologia e opções políticas. É apenas a expressão de um sentimento antidemocrático e de desrespeito ao Estado de Direito. Estamos falando de crimes previstos no Código Penal”, afirmou.

Barroso ressaltou a necessidade de “empurrar para a margem da história comportamentos” como os descritos na Operação Contragolpe.

“Felizmente nós já superamos os ciclos do atraso dessas quarteladas e dessa visão antidemocrática em que “eu não suporto que alguém que pense diferente de mim tenha sido eleito” – um retrocesso imenso saber que nós estivemos perto de alguma coisa como essa”, indicou.

O ministro anotou ainda que a investigação é “conduzida com muita seriedade pela Polícia Federal” e que o Judiciário vai julgar o caso “conforme as leis e a Constituição”.

Nas diligências de tal operação, a PF encontrou três arquivos considerados essenciais na investigação sobre o suposto golpe de Estado: o arquivo da Operação ‘Punhal Verde e Amarelo’, sobre o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes por envenenamento e até com um atentado a bomba; uma planilha com o planejamento estratégico do golpe de Estado, dividido em cinco fases; e a minuta de criação de um gabinete de crise, que “pacificaria” o país após a ruptura institucional.

A “Contragolpe” acaba por fechar o cerco à cúpula do governo Jair Bolsonaro – a PF descobriu, por exemplo, que o ex-ministro da Defesa general Braga Neto foi o anfitrião de uma reunião em que foi aprovado o plano de ação de “kids pretos” para uma operação que envolveria a prisão e execução do ministro Alexandre de Moraes.

Outro ex-integrante do governo Bolsonaro é o principal alvo da Operação Contragolpe: o general reformado Mário Fernandes, ex-secretário-geral da Presidência, que é o autor do arquivo que detalhava a possibilidade de envenenar Lula, matar Alckmin e explodir Moraes. Ele inclusive imprimiu o arquivo o plano de execução no Palácio do Planalto, enquanto o ex-chefe do Executivo estava no prédio.

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