Até a última quarta-feira (4), estrangeiros sacaram, neste ano, R$ 44,8 bilhões da Bolsa de Valores brasileira. O valor supera tudo que foi retirado em todo o ano de 2019, de R$ 44,5 bilhões, sem contar ofertas de ações. Nesta sexta-feira (6), o Ibovespa caiu 4% a 97.996 pontos, menor patamar desde 27 de agosto de 2019. O cenário contribui para uma cotação do dólar mais elevada. Na quinta-feira (5), a moeda americana bateu novo recorde nominal, a R$ 4,653. Nesta sexta-feira (6), no entanto, a moeda norte-americana recuou 0,36%, cotada a R$ 4,6343.
A saída histórica também supera a retirada de 2008, maior da série da B3. Em valores corrigidos pela a inflação, foram sacados R$ 44,6 bilhões no ano da crise financeira. A velocidade de saída também é recorde, cerca de R$ 1,05 bilhão por pregão, e supera a média diária de 2008.
Considerando IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) e follow-ons (oferta subsequente de ações), o saldo de estrangeiros está negativo em R$ 33,4 bilhões neste ano. Em 2019, considerando essas operações, a saída foi de R$ 4,7 bilhões.
Neste ano, marcado pelo temor de investidores com o impacto econômico do coronavírus, desaceleração da economia global e demora no andamento das reformas administrativa e tributária, estrangeiros retiram dinheiro do Brasil e de demais emergentes.
Ações da Petrobras despencam
A queda do Ibovespa na sessão desta sexta-feira foi pressionada pela Petrobras, cujas ações despencaram com a queda internacional do petróleo. As ações ordinárias (com direito a voto) caíram 10,25%, a R$ 24. As ações preferenciais (sem voto), 9,7%, a R$ 22,83. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.