Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2015
Mais uma vez o espectador se depara com a gênese do Quarteto Fantástico, heróis criados na década de 1960 por Stan Lee e Jack Kirby. Depois das malfadadas versões do diretor Tim Story (2005 e 2007), o grupo ganhou roupagem atual pelo supostamente problemático diretor Josh Trank (“Poder Sem Limites”), mas deixa a essência nos HQs.
Acusado de destemperos durante as filmagens, o que lhe custou a perda da direção de “Star Wars Anthology: Rogue One”, derivado da série de George Lucas, o cineasta se amparou nos produtores, como Matthew Vaughn (“Kick-Ass”), e no editor Stephen Rivkin (“Avatar”) para finalizar o filme, depois de trocas de roteiristas e incompatibilidade de gênios.
O resultado dessas farpas nos bastidores é um quarteto nada fantástico. A começar pela história, que se distancia dos quadrinhos, desde a infância do líder, Reed Richards (Miles Teller), ao uso militar dos personagens poderosos. Ainda, diminuem o papel do vilão, o Doutor Destino (Toby Kebbell), como alguém que pretende destruir a Terra por um mundo fictício.
No roteiro, finalizado por Simon Kinberg (“X-Men – Dias de um Futuro Esquecido”), o professor Dr. Franklin Storm (Reg E. Cathey) busca alunos inteligentes. Um deles é o jovem Reed, que desperta a atenção do pesquisador, depois de conseguir enviar pequenos objetos para outra dimensão. Nada que Victor Von Doom (Kebell) e Sue Storm (Kate Mara) não fizessem antes.
O diferencial é que, com a ajuda de Ben (Jamie Bell), Reed consegue trazer os objetos de volta. Assim, eles criam uma máquina interdimensional, que será a razão de ser do grupo, incluindo Johnny Storm (Michael B. Jordan). De uma forma ou outra, os personagens serão afetados pela radiação dessa nova dimensão, primitiva, que dará poderes a todos, incluindo o vilão.
O fã do HQ pode reclamar, pois nada disso está na história original, em que uma radiação cósmica, no espaço, é a causa de tudo. Também pode reconhecer que, apesar da tentativa, o Quarteto Fantástico chega pouco maduro ao novo universo cinematográfico da Marvel, encabeçado pelos Vingadores.
A produção, escura (o que influi na qualidade dos efeitos especiais) e com poucos momentos de tensão, se firma mais na marca (Marvel) do que pelo conteúdo, desperdiçando o talento dos protagonistas. Essa é a impressão que Josh Trank, que cancelou a versão 3D do filme por razões artísticas, deixou no filme.
Apesar das fofocas que dominaram os bastidores, o diretor poderia ter feito muito mais por esses heróis. Ou mesmo pela história, que serve apenas de pretexto para incluir os personagens em outras tramas, como “X-Men”, por exemplo. (Rodrigo Zavala/Reuters)
Confira o trailer do filme:
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