Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de outubro de 2015
A FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) decidiu aplicar uma nova suspensão a um estudante do último ano do curso de medicina. Ele é acusado de estuprar duas alunas da faculdade e, além do processo administrativo, responde a um processo criminal pelas acusações. Em abril, o aluno foi suspenso da faculdade por 180 dias por “infração disciplinar”, após o resultado de uma comissão processante que analisou as denúncias. O prazo da suspensão terminaria no início de outubro, mas, em setembro, ele recebeu uma nova suspensão, desta vez por mais um ano, a pedido da Reitoria.
A FMUSP confirmou a prorrogação da suspensão, mas não informou o novo prazo. Segundo José Gregori, presidente da Comissão de Direitos Humanos da USP, um aumento da punição foi solicitado pela própria comissão, depois de analisar o relatório final da sindicância pela qual passou o estudante. O motivo da revisão da pena foi o inquérito produzido contra o estudante pelo Ministério Público de São Paulo, pelas mesmas acusações.
Gregori afirmou que “o fato de o Ministério Público ter se interessado pelo caso” configura uma prova da gravidade das acusações. “Você não pode simplesmente negar uma coisa que estava pelo menos delineada”, disse ele. O processo criminal contra o estudante está sob sigilo. Essa não foi a primeira sindicância que investigou denúncias de estupro relacionadas ao estudante. Em 2012, ele havia sido inocentado pela FMUSP em outro processo administrativo, mas o caso foi reaberto após a CPI da Alesp. (AG)