Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2022
Resultados foram apresentados durante ações da COP27, que ocorre no Egito
Foto: Sérgio Louruz/SMAMUS PMPAA prefeitura recebeu, nesta quarta-feira (09), os resultados de uma pesquisa sobre o impacto ambiental e a economia de recursos públicos que a mudança da matriz energética de diesel para eletricidade da frota de ônibus pode gerar em Porto Alegre.
A apresentação do estudo foi feita durante a COP27 (Conferência Mundial do Clima), que acontece no Egito, onde estão o secretário do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm, e a diretora de Políticas e Projetos de Sustentabilidade, Rovana Reale Bortolini. O vice-prefeito Ricardo Gomes acompanhou a divulgação dos resultados em Porto Alegre, por videoconferência.
O estudo, encomendado pela Smamus, foi elaborado pelo Centro Brasil no Clima e Instituto Augusto Carneiro, financiado pelo projeto Action Fund do Google.org e gerido pelo ICLEI América do Sul.
“Quando assumimos o compromisso de zerar as emissões de carbono até 2050 na COP26, buscamos instrumentos para atingir nosso objetivo. Realizamos o Inventário de emissões de gases de efeito estufa, que apontou que a principal fonte poluidora na nossa cidade é o transporte, com 67% das emissões, sendo 11% de ônibus. Agora, contratamos esse estudo para avaliar a viabilidade econômica de mudarmos nossa matriz energética no transporte público de Porto Alegre”, explica o secretário Germano Bremm.
Resultados
No cenário em que toda a frota seria eletrificada em 2023, haveria uma economia de R$ 3,7 bilhões até o ano de 2050, e R$ 9 bilhões se considerados os custos inerentes da poluição na saúde da população de Porto Alegre, entre atendimento a doentes e mortes. Seriam evitadas ainda emissões de, ao menos, 3,5 milhões de toneladas de CO2 no período 2023-2050.
Já no cenário que considera a eletrificação total da frota em 2036, quando os atuais contratos de concessão se encerram, seriam economizados R$ 1,5 bilhão e R$ 4,25 bilhões se somados custos relacionados ao sistema de saúde local até o ano de 2050. Nesse caso, seriam evitadas emissões de 1,7 milhão de toneladas de CO2.
“Em todos os cenários analisados, foi possível observar que, além de reduzir em grande medida as emissões de gases de efeito estufa, a transição da frota de ônibus do transporte público a diesel para elétrico mostra-se economicamente viável e positiva”, afirma o diretor de projetos do Centro Brasil no Clima, William Wills.
A prefeitura, por meio da SMMU (Secretaria de Mobilidade Urbana), tem percorrido o país para conhecer projetos de eletrificação de frota com o foco no desenvolvimento de um piloto.
“Já visitamos São José dos Campos, São Paulo e a Feira Latbus com esse objetivo. Conhecemos experiências exitosas para um posterior estudo e desenho do projeto. Em paralelo, buscamos formas de financiamento, pois no modelo atual de remuneração o custo do sistema é rateado por todos os usuários do ônibus mais parte de subsídio”, explica a diretora geral da SMMU, Maria Cristina Molina Ladeira.
Zero Carbono
Em paralelo ao estudo da eletrificação dos ônibus, a prefeitura trabalha para reduzir as emissões de carbono das fontes estacionárias (energia consumida diariamente pelo cidadão) que, segundo o Inventário de Emissão de Gases de Efeito Estufa, representam 23% das emissões, seguido dos resíduos, com 8,8%.
“Também com recursos do projeto Action Fund, financiado pelo Google.org, instalamos painéis fotovoltaicos e biodigestores em duas escolas no Morro da Cruz. Conseguimos uma redução de mais de 90% na conta de energia elétrica e 16 toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas. A ideia agora é levar o projeto-piloto para todas as escolas municipais da Capital”, declara a diretora da Smamus, Rovana Reale Bortolini.