Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2020
Os dados são do estudo “Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes”
Foto: Helena Tallmann/Agência IBGE NotíciasDevido à pandemia do novo coronavírus, 30% dos lares brasileiros mais pobres – das classes D e E – ficaram sem ter o que comer em algum momento de julho a novembro, enquanto a renda de 61% das famílias com crianças e adolescentes despencou, causando o que a pesquisa chama de “insegurança alimentar”.
Os dados são do estudo “Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes” desenvolvido pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em parceria com o Ibope Inteligência, e revelam que os efeitos da pandemia se tornaram ainda mais severos no segundo semestre.
Em resumo, 15% das famílias mais pobres perderam 100% da renda, enquanto 7 de cada 10 brasileiros cuja renda era de um salário mínimo, estão tendo que sobreviver com menos do que isso. Sem poderem mandar seus filhos para a escola, a merenda que, muitas vezes era a única refeição do dia, faz muita falta.
Além disso, o afastamento das atividades escolares afeta em cheio a saúde mental de crianças e adolescentes. O estudo afirma que em mais da metade das famílias (54%) os filhos adolescentes apresentaram algum problema relacionado à saúde mental.
Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil, alerta que o fechamento das instituições de ensino representa “um risco de os estudantes perderem o vínculo com a escola, agravando a exclusão, e reforça a urgência de reabrir as escolas.”
A pesquisa “CoVid Comportamentos”, desenvolvida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) revela um cenário desfavorável, onde 34% dos fumantes aumentaram o consumo de cigarros diários e cerca de 18% passaram a consumir mais álcool. Apenas 12,6% das pessoas que realizavam atividades físicas mantiveram a rotina de exercícios, enquanto o número de horas em frente a alguma tela (TV, computador e tablet) aumentou consideravelmente.