Sábado, 30 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2020
O Brasil é um dos países que participam da pesquisa.
Foto: ReproduçãoOs testes para vacina contra o coronavírus da Universidade de Oxford (Reino Unido) e da farmacêutica AstraZeneca foram suspensos temporariamente, na Inglaterra, após a verificação de um “efeito colateral grave” em um dos voluntários, conforme informação divulgada nesta terça-feira pelo site de medicina e saúde “Stat News”. O Brasil é um dos países que participam da pesquisa.
Mencionando fontes da indústria farmacêutica britânica, o site divulgou que os ensaios clínicos de Fase 3 foram suspensos, porém acrescentou que essa seria uma “movimentação de rotina” feita para garantir a segurança e a integridade dos testes. Segundo elas, isso acontece sempre que há a possibilidade de alguma doença não explicada apareça durante os testes.
“Esse procedimento é feito enquanto se investiga a causa, garantindo que mantemos a integridade dos testes”, mencionou um especialista. “Em testes de larga escala, doenças vão aparecer mas devem ser avaliadas independentemente para ser checada com segurança.”
A vacina de Oxford está em testes de fase 3 (a última, que envolve humanos) em diversos países, inclusive no Brasil. De acordo a regulação britânica, se tudo der certo após essa etapa, o produto seguirá para licenciamento, quando agências reguladoras do governo do Reino Unido ou do continente revisam os dados dos ensaios para se certificar de que há eficácia e segurança.
A vacina agora interrompida é a aposta do Ministério da Saúde para a imunização dos brasileiros. O governo prevê desembolsar R$ 1,9 bilhão nesta vacina, sendo R$ 1,3 bilhão para pagamentos à AstraZeneca, R$ 522,1 milhões para produção da vacina na Fiocruz/Bio-Manguinhos e R$ 95,6 milhões para absorção da tecnologia pela Fiocruz.
O ministro-interino da saúde, Eduardo Pazuello, chegou a dizer nesta terça, mais cedo, que a campanha de vacinação contra a Covid-19 começaria em janeiro de 2021.
Brasil
O Brasil tem sido palco de testes com outras vacinas candidatas. O laboratório chinês Sinovac conduz estudos sobre seu imunizante, também em fase 3, em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo.
Nesta semana, a empresa asiática divulgou que os estudos preliminares se mostraram seguros em voluntários com mais de 60 anos. A resposta imunológica nesses pacientes, entretanto, mostrou-se menor que a verificada em adultos mais jovens.
Outras tentativas de se chegar a uma vacina imunização são desenvolvidas da Janssen Pharmaceuticals, da Johnson & Johnson e da parceria entre a Pfizer e a BionTech, ambas já com autorização para testes no País.
Já o governo do Paraná espera autorização para começar os testes da vacina russa “Sputnik V” em até 10 mil voluntários. De acordo com o presidente Vladimir Putin e outras autoridades de Moscou, os resultados iniciais de seu imunizante foram bem-sucedidos, embora a comunidade científica ainda esteja reticente sobre o estudo.