Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de agosto de 2022
Uma nova análise de alimentos para o bebê vendidos em supermercados, preparados em casa e de marcas consideradas “caseiras” mostrou que não há diferenças significativas na presença de metais pesados tóxicos em cada uma das opções: em todos os grupos, cerca de 94% dos itens estão contaminados.
A conclusão é de um relatório do Healthy Babies Bright Futures, uma organização americana focada em medidas para reduzir a exposição dos pequenos à químicos que danificam o desenvolvimento do bebê.
“Este estudo mostra que chumbo, arsênico e outros metais pesados estão em todas as marcas de alimentos para bebês, produtos frescos e marcas familiares embaladas. Para obter os níveis de metais pesados significativamente mais próximos de zero, a FDA (agência reguladora dos Estados Unidos) deve ir além do corredor de alimentos para bebês e estabelecer padrões fortes para esses contaminantes”, afirma a diretora nacional da Healthy Babies Bright Futures, Charlotte Brody, em comunicado.
Para chegar aos resultados, a organização testou 228 alimentos, como batata-doce, cenoura, cereais e bananas, e analisou mais de 7 mil estudos já publicados que pesquisaram outras opções para incluir na dieta. Em todos, 94% dos itens avaliados continham substâncias nocivas.
“Não encontramos nenhuma evidência para sugerir que os alimentos caseiros em geral tenham níveis mais baixos de metais pesados do que os alimentos para bebês comprados em lojas”, diz a diretora de pesquisa da Healthy Babies Brighter Futures Jane Houliha, em comunicado.
Após a divulgação do novo relatório, a Associação Americana de Pediatria (AAP) emitiu uma nota em que reitera um “apelo por uma regulamentação federal rápida e abrangente de metais pesados em alimentos que bebês comem”. O presidente do Comitê de Nutrição da AAP, Mark Corkins, explica que essas substâncias podem vir do solo, da água e de processos industriais e que, em grandes quantidades, prejudicam o desenvolvimento do cérebro do bebê e levam a problemas de aprendizado e comportamento.
No entanto, tanto a AAP, como a Healthy Babies Brighter Future, afirmam que, embora preocupante, as informações não devem soar como um alarme para os pais. Ambos orientam práticas que podem minimizar os riscos na alimentação dos pequenos.
De acordo com o relatório, quatro opções devem ser evitadas completamente devido à alta contaminação: crispies de arroz; arroz integral sem água de cozimento removida; arroz tufado e biscoitos de arroz. Os alimentos à base de arroz foram no geral considerados os mais afetados com arsênico e, portanto, mais perigosos.
Já as opções com menos metais tóxicos foram frutas frescas ou congeladas, vagem, ervilhas, feijão, ovos, fórmula infantil, pepino, carnes industrializadas para bebês, mingau e abóbora. Estas devem ser priorizadas na dieta.
Mas, no geral, enquanto não há uma regulamentação mais restritiva em relação à presença das substâncias nos alimentos, a organização que conduziu o estudo orienta que os pais foquem em variar as opções de alimentos saudáveis.
“O passo mais importante é introduzir e servir uma variedade de alimentos saudáveis, sejam marcas de comida para bebê ou comida caseira. Servir a mesma comida todos os dias por muito tempo pode acidentalmente concentrar um ou mais contaminantes na dieta de uma criança. Uma dieta variada evita isso e garante uma mistura saudável de nutrientes também”, diz o comunicado.