Domingo, 13 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 10 de abril de 2025
Já parou para pensar por que aquela primeira xícara de café parece despertar não só o corpo, mas também a mente? Muito além de um simples ritual pela manhã, o café pode funcionar como um combustível para o desempenho cognitivo e equilíbrio emocional — desde que usado com moderação. Pesquisas recentes começam a destrinchar o mecanismo neuroquímico complexo que torna o café um potencial aliado não só daqueles que precisam de mais algumas horas despertos, mas também de quem quer melhorar a memória e o humor.
Na prática, a cafeína atua como um “impostor” bioquímico: ela ocupa os receptores de adenosina — o mensageiro que sinaliza cansaço — e impede seu sinal de “pare”. Sem esse freio natural, os neurônios passam a disparar com mais intensidade, liberando ondas de dopamina, noradrenalina e acetilcolina. O efeito é quase imediato: ganha-se nitidez mental, reflexos mais rápidos e um foco afiado para encarar tarefas de curta duração.
E os benefícios do uso inteligente da substância não param por aí. É preciso lembrar, contudo, que doses exageradas de café podem desencadear reações indesejáveis. Por isso, quem sofre de hipertensão, tem histórico de convulsões ou problemas cardíacos deve sempre consultar um médico para estabelecer a dosagem adequada. Veja abaixo algumas das vantagens do consumo:
Em vez de apenas manter acordado, a cafeína pode reforçar a consolidação de memórias. Um estudo internacional, publicado na Nature Neuroscience, revelou que participantes que consumiram café logo após aprenderem uma lista de palavras recordaram 25% a mais do conteúdo no dia seguinte. É como se o cérebro envolvesse as informações num lacre extra de cafeína.
Já ouviu falar em “alerta relaxado”? É o estado em que a mente fica focada, mas sem aquela agitação típica do café puro. A combinação de cafeína com L‑teanina (aminoácido do chá‑verde) age como um freio suave ao superestímulo, permitindo alternar tarefas e manter a calma. Não é coincidência que muitos desenvolvedores de software prefiram o matcha, um chá tradicional japonês, em vez do expresso.
Na pesquisa publicada pelo Journal of Alzheimer’s Disease, revelou-se que quem bebe de três a cinco xícaras diárias durante a meia‑idade apresenta menor declínio cognitivo em fases mais avançadas da vida. Estudos epidemiológicos associam o consumo regular de café a uma redução de até 30% no risco de Alzheimer e Parkinson. A cafeína parece exercer ação antioxidante, frear processos inflamatórios e ajudar a impedir a formação de placas beta‑amiloides — os “tijolos” que comprometem a memória em doenças neurodegenerativas.
O café também ativa circuitos de recompensa no cérebro, elevando níveis de dopamina e serotonina. Consumidores moderados relatam maior motivação, sensação de bem‑estar e até leve euforia. Estudos mostram correlação inversa entre ingestão diária de café e quadros depressivos — uma pista de que a substância pode ser um coadjuvante no combate à tristeza.
Veja como tirar o máximo proveito (sem exageros):
* Dose inteligente: de 100 mg a 200 mg por vez (1 a 2 xícaras) é o ponto ideal para a maioria dos adultos.
* Hora certa: prefira o período entre 9h e 15h, respeitando o pico natural de cortisol e evitando prejuízo no sono.
* Pausas estratégicas: uma semana de descanso a cada mês ajuda a manter a sensibilidade e a eficácia do estímulo.
* Combinações funcionais: experimente café com óleo MCT ou chá‑verde para estender o efeito e reduzir picos.
* Atenção à saúde: hipertensos, grávidas e pessoas com histórico de convulsões ou doenças cardíacas devem buscar orientação médica antes de ajustar a dose. (Com informações do jornal O Globo)