Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de janeiro de 2020
Trump afirmou que por décadas os trabalhadores, produtores agrícolas e fabricantes americanos foram prejudicados pelo comércio desleal da China
Foto: The White HouseOs Estados Unidos e a China assinaram nesta quarta-feira (15) a primeira fase de um acordo que pode por fim a guerra comercial. O pacto já havia sido anunciado pelos países em dezembro do ano passado.
O presidente Donald Trump afirmou, durante a cerimônia na Casa Branca, que por décadas, os trabalhadores, produtores agrícolas e fabricantes americanos foram prejudicados pelo comércio desleal da China.
“Nunca tivemos um acordo com eles. Eles faziam o que queriam. Então com essa assinatura, teremos não apenas um acordo justo, nós temos uma grande mudança no comércio internacional.”
Para o vice-presidente, Mike Pence, o acordo significa muito para fazendeiros e produtores agrícolas do país devido às importações de US$ 40 bilhões (R$ 167 bilhões) a US$ 50 bilhões (R$ 208,85 bilhões).
Trump afirmou que durante as negociações sua equipe sugeriu que o acordo de importação de produtos agrícolas americanos ficasse em US$ 20 bilhões, porque os fazendeiros do país não dariam conta dessa demanda. O presidente d os EUA, porém, elevou para US$ 50 bilhões.
“Eles me disseram ‘nossos produtores não conseguem produzir isso tudo’. Eu disse ‘eu amo nossos produtores, deixem eles me dizer que não podem produzir tudo isso. Digam para eles comprar tratores maiores e terras que eles vão conseguir’. Eu não tenho dúvidas que eles vão conseguir.” Segundo Liu He, vice-premiê da China, serão comprados US$ 40 bilhões de produtos agrícolas por ano dos Estados Unidos e que serão maiores apenas se houver demanda.
Projeções da Bloomberg apontam que a compra de US$ 40 a US$ 50 bilhões de importações chinesas aumentaria o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA em 0,2 a 0,3 pontos percentuais. O PIB dos EUA cresceu 2,9% em 2018 e, segundo projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional), a economia americana deve ter crescido 2,4% em 2019.
Informações divulgadas pelo próprio presidente americano à época, o acordo manterá as tarifas de 25% já aplicadas sobre US$ 250 bilhões em itens chineses, mas o restante das importações (algo em torno de US$ 125 bilhões) que chegam de Pequim deverão ter alíquota de 7,5% – valor que representa metade dos 15% que estavam sendo cobrados desde setembro sobre bens de consumo.
Na cerimônia, Trump confirmou a redução de parte das tarifas, mas disse que elas serão retiradas totalmente ao fim da fase 2 do acordo, que deve ser a última. “Vou deixá-las em vigor porque de outra forma não teremos cartas para negociar”, disse.