O projeto esportivo do futebol espanhol concretizou-se em título nesse domingo (15), com a conquista do tetracampeonato da Eurocopa. A Seleção da Espanha deu uma aula de como aproveitar seus jovens talentos, liderada por Nico Williams, de 22 anos, e Lamine Yamal, 17, durante a maior parte do torneio, e venceu a Inglaterra por 2 a 1 na final, disputada no Estádio Olímpico de Berlim, na Alemanha.
Aos ingleses, restou mais uma desilusão. Nem mesmo o fato de terem em seu elenco um nome como Jude Bellingham, um dos favoritos para ganhar a Bola de Ouro ao lado de Vinícius Júnior, foi o suficiente para encerrar o jejum de 58 anos sem título. A última vez que a Inglaterra levantou uma taça foi em 1966, quando faturou a Copa do Mundo.
Reconhecida por unanimidade como a melhor seleção do torneio, a Espanha deve a sua vitória na Eurocopa em grande parte à explosão dos dois jovens ou ao alto nível de Rodri, entre outros protagonistas.
Os destaques
Os dois atacantes mudaram a cara da equipe. Amigos dentro e fora do campo, Yamal e Williams encantaram os espectadores na Alemanha, dinamizando o jogo coletivo espanhol. Como se fossem dois adolescentes brincando no pátio de uma escola, Yamal, de 17 anos, e Williams, de 22, trouxeram frescor à competição, com uma mistura de ar despreocupado e puro talento em seus pés.
Insaciáveis no aspecto ofensivo, colocaram seus defensores em uma provação e foram uma ameaça constante para os times adversários. Yamal, com sua quarta assistência, e Williams, com seu segundo gol, foram decisivos na final de Berlim para abrir o placar.
Eleito o Melhor Jogador Jovem do torneio, Yamal termina a Eurocopa com um gol e quatro assistências, e Williams com dois gols e uma assistência.
Já Dani Olmo, sem vaga entre os onze titulares e utilizado como “Jogador 12” para substituir Pedri, Dani Olmo se tornou um herói inesperado, brilhando em momentos chave do torneio.
Dando a assistência no único gol contra a Albânia na fase de grupos (1 a 0) e depois marcando na goleada sobre a Geórgia (4 a 1) nas oitavas de final, o jogador do RB Leipzig, da Alemanha, assumiu o comando do ataque a partir das quartas de final, após a lesão de Pedri contra as donas da casa.
Nessa partida ele abriu o placar e deu a assistência no gol da vitória marcado por Mikel Merino na prorrogação. Olmo se moveu com desenvoltura pelas linhas e em Munique mandou a Espanha à final contra a França, com uma grande jogada individual na área onde mostrou a sua grande capacidade técnica antes de marcar o segundo gol da Espanha na vitória por 2 a 1.
O equilíbrio passa pelos pés de Rodri. Por trás do extenso talento ofensivo, Rodri tem brilhado, e se mostrado um verdadeiro farol da seleção espanhola. O madrilenho, decisivo tanto com a “Roja” quanto no Manchester City, brilhou na organização do jogo e em saber ler o ritmo para dar à partida.
Acompanhado de uma grande técnica e físico imponente, o jogador de 28 anos impressionou ao longo do torneio na Alemanha, dominando sistematicamente os adversários diretos nos duelos, recuperando a bola e aparecendo em momentos-chave.
Nas oitavas de final contra a Geórgia, foi ele quem pediu calma ao seu time, depois de a Espanha passar por minutos de perdas de bola e ansiedade após sofrer um gol. O próprio Rodri se encarregou de virar o placar com um chute forte de fora da área, outra de suas inúmeras virtudes.
Por fim e não menos importante, o fato de Dani Carvajal, aos 32 anos, nunca ter disputado (devido a lesões) uma Eurocopa era uma anomalia para um jogador consagrado na elite do futebol continental com seus seis títulos de Liga dos Campeões.
O lateral-direito do Real Madrid, autor do gol na estreia da Espanha contra a Croácia (3-0), chegou à Alemanha querendo mostrar que pode ser tão decisivo com a seleção como é jogando pelo seu clube. Ao longo do torneio mostrou que sabe tudo, não se intimidando com nenhum adversário e com uma atuação magistral na final de Berlim, que abriu as portas para seu sucesso continental também pela seleção espanhola.