A UE (União Europeia) e o Reino Unido finalizaram, nesta quinta-feira (24), o acordo comercial que vai determinar como serão as relações após o Brexit – a saída do país do bloco.
O acordo precisa ser ratificado tanto pelos Parlamentos dos 27 países da União Europeia quanto pelos britânicos. As negociações para determinar os termos demoraram 11 meses. Nos últimos dias, a grande pendência foi a respeito da pesca em mares internacionais.
Além da questão da pescaria nos mares britânicos, outro tema que dificultou um entendimento foram as garantias de que o Reino Unido não vai alterar suas regras ambientais ou de direito do trabalho nem subsidiar suas empresas, o que daria a elas uma vantagem que as concorrentes do continente não têm.
As cláusulas vão permitir a continuidade do comércio entre as duas partes. “Finalmente, conseguimos concordar. Foi um caminho longo e tortuoso. É um acordo justo e balanceado, e é a coisa certa e responsável a se fazer para ambos os lados”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em entrevista coletiva. O acordo começará a valer no dia 1º de janeiro.
Os britânicos votaram para sair da União Europeia há quatro anos e meio. Formalmente, o Reino Unido já estava fora do bloco desde o dia 31 de janeiro, mas havia a previsão de um período de transição até o fim de 2020 em que o Reino Unido seguiu obedecendo as regras e regulamentações de comércio da União Europeia, assim como manteve as tarifas comerciais do bloco. Depois disso, passa a ser um “terceiro país”, mas um parceiro confiável, disse Leyen.
Só foi possível chegar a um entendimento depois que o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, fez concessões e permitiu a pesca em mares do país. Johnson publicou, em uma rede social, uma foto em que ele aparece com os braços levantados e os dizeres “o negócio está fechado”.
Irlanda do Norte
Johnson prometeu manter os termos do acordo de 1998 que prevê que não haverá fronteiras formais entre a Irlanda (que não pertence ao Reino Unido) e a Irlanda do Norte (que faz parte do Reino Unido, apesar de estar na mesma ilha que e Irlanda).
O Parlamento Europeu vai analisar os termos do acordo antes do fim do ano, disse o presidente da Casa, David Sassoli.