Ícone do site Jornal O Sul

Evandro Mesquita conta quando fumou maconha com Bob Marley no sítio de Chico Buarque

Ele contou o episódio no podcast Saindo da Estufa, da revista Breeza, dedicada ao universo da cannabis. (Foto: Divulgação)

O músico Evandro Mesquita, 72 anos, é dono de uma trajetória importante na música brasileira, em especial com a criação da Blitz. Em entrevista para o podcast Saindo da Estufa, ele contou de forma detalhada como foi, veja só, o episódio de quando fumou maconha com Bob Marley e com jogadores de futebol – isso tudo no sítio do Chico Buarque.

“Isso foi em 1970, 1976, 1977. A gravadora Ariola estava vindo para o Brasil e o Bob Marley foi convidado pela gravadora pra inauguração desse evento. E tinha uma pelada, eles adoram futebol, os jamaicanos, e foram todos jogar no campo do Chico Buarque. E o Bob Marley estava lá. Eu tinha descoberto o reggae fazia pouco tempo, em Saquarema, assim, e fiquei fascinado com esse ritmo tão perto da gente, parece um xote, mas com uma pegada rock e um papo super legal”, conta o artista, que continua:

“Tava na praia com o Paulo Cézar Lima [que jogou a Copa do Mundo de futebol de 1970], a Regina [Casé] e a Patrícya [Travassos]. Estávamos indo embora. E ele me convidou pra jogar bola lá no sítio do Chico Buarque porque o Bob Marley tava lá. Puta que pariu, que convite!”.

O problema é que Evandro precisava ensaiar para uma peça de teatro. “Aí, as meninas já olharam e disseram: ‘Pô, mas tem ensaio’. E eu fiquei andando pra lá e pra cá até o PC entrar no carro e ir embora”.

Então, ele decidiu que não iria ensaiar. “Elas saíram putas e eu precisava de um jeito para chegar no sítio do Chico. De repente eu vejo uma kombi e era o Paulinho Suprimento, o cara que levava bagulho pros Novos Baianos. Eu contei pra ele e fomos juntos”.

Ao chegar no campo, no entanto, os times já estavam formados. “Tava o Chico, o Toquinho, o Alceu [Valença]. Eu era muito melhor do que todos eles e queria uma vaga, mas tava difícil”, lembra. Evandro conseguiu entrar nos cinco minutos finais. “Quando o jogo acabou, pedi a bola pro Bob, e eu fiz uma graça antes de mandar de volta pra ele. Aí ele foi falar comigo”.

“O Paulo Suprimento chegou e cumprimentou o Bob, nesse momento já deixou um baseado na mão dele. Ele acendeu, mas o jamaicano não passa o baseado. Então, o Paulinho acendeu outro para nós. Foi um momento único.”

Evandro enfatizou a importância desse encontro, que ficou gravado em sua memória. A conexão com Marley e a atmosfera descontraída do futebol criaram um cenário único, que ele considera um dos momentos mais significativos de sua vida. A conversa no podcast trouxe à tona não apenas a história de um encontro memorável, mas também a influência que Marley teve na música e na cultura brasileira.

Sair da versão mobile