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Por Redação O Sul | 21 de outubro de 2019
O presidente da Bolívia, Evo Morales, que tenta o quarto mandato consecutivo, aparece no fim da tarde desta segunda-feira em segundo lugar na apuração dos votos das eleições gerais realizadas domingo no país, pouco atrás do opositor Carlos Mesa. Caso o panorama assim permaneça até a conclusão da contagem, será a primeira vez que Morales terá que disputar um segundo turno – ele sempre garantiu sua vitória em primeira votação. Com 53,01% da apuração contabilizada, segundo o boletim divulgado às 17h45 (horário local; 18h45 de Brasília) pelo órgão eleitoral boliviano, Mesa aparecia com 42,51% dos votos, contra 42,46% do atual mandatário.
Outras sete candidaturas disputaram o pleito, mas têm baixo percentual de votos. A apuração é centralizada na capital La Paz, onde o Tribunal Supremo Eleitoral montou um quartel general em um hotel. Carlos Mesa, da aliança Comunidade Cidadã, convocou seus apoiadores para se manifestarem e monitorarem possível fraudes.
Ele denunciou que a corte responsável pelo processo obedece ao interesse do partido MAS (Movimento ao Socialismo), de Evo Morales. O governo boliviano, por sua vez, pediu tranquilidade enquanto não saem os resultados definitivos e prometeu transparência na apuração. O chanceler boliviano, Diego Pary, se reuniu com a delegação da OEA (Organização dos Estados Americanos) que supervisiona o pleito.
Os observadores pediram que o órgão eleitoral do país “mantenha informados os cidadãos” sobre os resultados parciais, para evitar suspeitas de manipulação – domingo à noite a divulgação da contagem chegou a ser interrompida quando apontava um segundo turno entre Mesa e Morales. Para um candidato garantir a eleição em primeiro turno, é preciso conseguir pelo menos 50% dos votos mais um, ou 40% com dez pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado. Morales está no poder desde 2006 e, nas três eleições que disputou, sempre se elegeu em primeiro turno, com 53,72% dos votos em 2005, 64,22% em 2009 e 63,36% em 2014.