O empresário e advogado Ricardo Andrade Magro tem sido figura recorrente nas páginas de revistas e jornais brasileiros. Primeiro, ele ganhou destaque no noticiário de negócios, quando, em 2008, comprou a Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro (RJ), e ensaiou uma milagrosa recuperação econômica do empreendimento. Depois, passou a despontar em seções menos desejadas: amigo e ex-advogado do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Magro já foi relacionado a denúncias de evasão fiscal na gestão da refinaria e a supostas compras de decisões judiciais na Justiça paulista. Seu nome apareceu agora em uma nova lista: a dos empresários brasileiros que mantêm offshores em paraísos fiscais.
Nos documentos do Panamá Papers, há menções sobre seis offshores ligadas ao empresário, várias delas gerenciadas pela firma panamenha Mossack Fonseca, especializada em abrir empresas de fachada em paraísos fiscais. Todas foram criadas em lugares que cobram pouco ou nenhum imposto sobre o patrimônio de pessoas jurídicas ou que facilitam a ocultação dos seus verdadeiros donos, como as Ilhas Cayman ou as Ilhas Virgens Britânicas. Três delas também aparecem ligadas ao escritório do banco HSBC, em Mônaco, considerado paraíso fiscal europeu.