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Política Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid não omitiu nada na delação premiada: “Pode ter esquecido; se perguntado, ele fala”, diz advogado

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Áudios mostram o então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro conversando com general Mario Fernandes para "consumação", aponta a PF. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Jair Bolsonaro e dois dos seus assessores Marcelo Câmara e Tércio Arnaud, todos os três alvos da operação Tempus Veritatis, foram chamados a depor na Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira. Assim como outros sete implicados nesta investigação — de Valdemar Costa Neto ao general Mario Fernandes, passando por Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sergio Nogueira, Braga Neto, Almir Garnier e Cleverson Magalhães.

Porém, outro personagem fundamental da trama de um golpe de estado que está sendo investigada, não foi intimado: Mauro Cid.

Na semana passada, a jornalista Malu Gaspar revelou que a PF havia decidido convocar Cid para depor sobre os fatos revelados pela Tempus Veritatis. A avaliação é que ele não contou tudo o que sabe.

Bitencourt nega que o ex-faz-tudo de Bolsonaro tenha omitido qualquer fato em sua delação: “Esquecer, ele pode ter esquecido, afinal são cinco anos passados a limpo. Mas omitir, nunca. Se perguntar, ele fala.”

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid disse não temer um eventual cancelamento do acordo de colaboração premiada do antigo braço-direito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O advogado Cezar Bitencourt afirmou que Cid respondeu todas as perguntas da Polícia Federal e não escondeu nada das autoridades.

“Quando se vai ser interrogado em juízo na polícia, você responde perguntas. Perguntou, responde. Não perguntou, não responde”, disse Bittencourt.

O advogado disse que Cid prestou três depoimentos longos e que considera “natural” os investigadores quererem ouvir novamente o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro para preencher eventuais lacunas.

“Ficamos horas e horas dentro da Polícia Federal sendo interrogado. É natural que o Cid não se lembre de todos os detalhes. E a PF fez muitas perguntas, e é natural também que a polícia queira fazer mais uma audiência para preencher lacunas”, explicou Bitencourt.

“Esqueceu algo, esclarecer algum detalhe. Encaro com naturalidade. Até porque o Cid não escondeu nada. Ele não respondeu, porque não foi perguntado”, prosseguiu.

Bittencourt disse que seu cliente está pronto para colaborar com a PF e que novamente responderá todas as dúvidas dos investigadores.

“Não há nenhum temor de cancelamento da delação. Isso é uma bobagem. Se esqueceram alguma coisa, preenche a lacuna. Não tem risco, não tem possibilidade de cancelar”, afirmou.

A PF apura se o tenente-coronel omitiu informações no rastro do acordo de delação premiada. A desconfiança é sobre trocas de mensagens, obtidas pelos agentes da investigação, que não foram apresentadas por Cid. Por isso, um novo depoimento será marcado até o final de março.

Caso seja verificado que o tenente-coronel omitiu informações, agentes da investigação não descartam a possibilidade de o acordo de delação premiada ser cancelado.

Nessa hipótese, eventuais benefícios penais serão cancelados e o ex-ajudante de ordens pode, inclusive, voltar a cumprir prisão preventiva.

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