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Notícias Ex-comandante da Polícia Militar de Brasília diz que não sabia que os atos seriam violentos e critica a Polícia Legislativa e o Exército

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Ex-comandante está proibido de deixar o DF sem comunicação prévia ao STF. (Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília)

O ex-comandante geral da Polícia Militar do Distrito Federal, que está preso, Fábio Augusto, disse à Polícia Federal que não recebeu ordens para impedir os manifestantes de descerem a Esplanada dos Ministérios, no domingo (8) de ataques em Brasília.

No depoimento, o coronel afirma que “todos os informes de inteligência apontavam que não havia indicativo de ações violentas” e que ele desempenhou atribuições definidas em reunião realizada na Secretaria de Segurança Pública, da qual não participou, mesmo no papel de comandante-geral.

O encontro teve, segundo Fábio Augusto, a presença de comandantes da PM da área central de Brasília; representantes da secretaria e também de órgãos federais, como Abin (Agência Nacional de Inteligência); Ministério da Justiça; Gabinete de Segurança Institucional e do Supremo Tribunal Federal, que teve suas dependências atacadas.

O coronel, preso por decisão do ministro Alexandre de Moraes, também revelou que, no dia dos ataques, observou que não havia contingente suficiente da Polícia Legislativa, nem do policiamento do Planalto, realizado pelo Exército.

Durante a escolta policial, realizada durante a descida dos manifestantes até a Praça dos Três Poderes, de acordo com o ex-comandante-geral, não havia indicativo de desordem ou violência. A defesa do coronel também atribui culpa ao Exército pela manutenção dos acampamentos em frente ao QG, do Exército.

De acordo com o policial militar, por três vezes ele chegou a mobilizar homens para dissolver os manifestantes em frente ao QG, mas o Exército teria impedido a ação da PMDF. Em uma das situações, Fábio Augusto afirma ter destacado 500 homens com o objetivo de acabar com o acampamento.

Depoimento

Confira alguns pontos do depoimento de Fábio Augusto:

– As atribuições quanto à ação realizada no dia 8 foram definidas no Protocolo de Ações Integradas nº 2/2023, pactuado entre todos os órgãos e agências interessados;

– Todos os informes de inteligência apontavam que não havia indicativo de ações violentas

As atribuições foram realizadas de acordo com reunião realizada pela SSP/DF. O comandante-geral não participa dessa reunião;

– O efetivo policial e o controle operacional da ação realizada no dia 08/01 foram realizados por órgãos da polícia, não sendo responsabilidade do CG-PMDF;

– Que a ANTT apenas informou um contingente maior de ônibus registrados na madrugada de sábado (7). Até então, a inteligência havia identificado poucos veículos, o que corroborava a informação de uma reunião sem indicadores de violência, e contingente maior. Que, após saber que haveria um contingente maior de pessoas, o coronel Fábio questionou os responsáveis acerca do contingente, equipamentos e munições. O comando operacional responsável informou que o contingente era suficiente, contabilizando-se as “especiais”;

– Que havia erros quanto ao posicionamento do gradil, que é responsabilidade do Congresso Nacional;

– Que não havia contingente suficiente da Polícia Legislativa, que não havia policiamento (executado pelo exército) suficiente no Planalto;

– Que a polícia auxílio as tropas do exército com tática de bloqueio e empréstimo de munições químicas;

– Que a PMDF realizou as detenções no interior do Congresso, STF e Planalto;

– Que por três vezes ele chegou a mobilizar homens para dissolver os manifestantes em frente ao QG e o Exército impediu essa ação da PMDF. Que ele chegou a mobilizar 500 homens com objetivo de acabar com o acampamento;

– Que atendeu ofício do Ministério da Justiça para impedir o trânsito de ônibus de turismo até a Praça dos Três poderes, que atendeu a ordem, nos dias que antecederam e no dia dos atos de vandalismo;

– Que não havia ordem para impedir os manifestantes de descerem a Esplanada;

– Que durante a escolta policial, realizada na descida dos manifestantes até a Praça dos Três poderes, não havia indicativo de desordem ou violência;

– Que o Exército havia tentado impedir a PMDF de realizar as prisões;

– Que as trocas realizadas na cadeia de comando da PMDF podem ter dificultado o “fluxo de informações” para o comando da PM.

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