Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2021
Durante a audiência de custódia que manteve sua prisão, no início da tarde de sábado (14), a ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza afirmou à Justiça que tem renda média mensal de 100 mil reais como cantora gospel, além de cinco salários mínimos que ganha como pastora. A parlamentar cassada tem uma igreja própria, o Ministério Flordelis, e faz apresentações em outros templos.
Flordelis já foi contratada da MK Music, gravadora da família do senador Arolde de Oliveira, morto de covid-19 em outubro do ano passado. Ela acabou perdendo o contrato com a gravadora após ser acusada de matar o marido, o pastor Anderson do Carmo. Meses antes de ser presa, ela retomou suas apresentações com a produtora Realize Music, incentivado pelo produtor musical Allan Soares, seu namorado.
O depoimento dado no sábado, no entanto, vai contra a história contada por ela em março deste ano, no programa “Conversa com Bial”. Naquela ocasião, Flordelis disse que estava passando dificuldades financeiras e que estava com dívidas por conta de empréstimos feitos junto a bancos e que vivia “só com metade do salário de parlamentar” – cerca de R$ 33 mil, cheio.
“Há meses, preciso de cesta básica de amigos. Se eles não mandam, eu não tenho comida para dar para os meus filhos”, garantiu a pastora no programa: “Hoje eu vivo com bastante dificuldade.”
A audiência de custódia realizada no sábado confirmou a prisão preventiva de Flordelis. Na sexta-feira, ela foi detida por agentes da delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, responsável pelo caso. Flordelis foi levada para a cadeia José Frederico Marques, onde chegou a autografar bíblias das detentas. Depois da confirmação da prisão, ela foi encaminhada para o Instituto Penal Santo Expedito, ao lado do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Na última quarta-feira (11), antes da prisão, o Plenário da Câmara dos Deputados decidiu cassar o mandato de deputada de Flordelis (PSD-RJ), acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói (RJ). Foram 437 votos favoráveis, 7 contrários e 12 abstenções.
Para cassar o mandato, são necessários os votos de pelo menos 257 deputados (maioria absoluta) em votação aberta e nominal. Além de perder o cargo, a deputada ficará inelegível por determinação da Lei da Ficha Limpa. O suplente que assume o mandato de Flordelis é Jones Moura (PSD). As informações são do jornal Extra e da Agência Câmara de Notícias.