Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 28 de abril de 2017
O ex-diretor da Petrobras Renato Duque – já condenado na Lava-Jato e réu em vários processos acusado de intermediar cobrança de propina para o PT – vai prestar novo depoimento ao juiz Sergio Moro no próximo dia 5. Os advogados de Duque pediram para que fosse interrogado de novo para que possa colaborar com a Justiça, na ação que envolve o ex-ministro Antonio Palocci. A defesa de Palocci e de seu assessor Branislav Kontic tentou que Moro indeferisse o pedido, já que Duque está tentando negociar delação premiada, sob argumento de que as tratativas devem ocorrer com o Ministério Público Federal, sem a participação do juiz. Moro negou o recurso e marcou o novo interrogatório de Duque.
Duque já foi convocado a falar ao juiz Sergio Moro diversas vezes, mas sempre se manteve em silêncio. Tentava, sem sucesso, fechar acordo de delação premiada com a força-tarefa d0 MPF (Ministério Público Federal) pelo menos desde o ano passado.
Na petição, Duque afirmou que agora, livre de qualquer tipo de coação física ou mental, deseja colaborar com a Justiça na investigação dos fatos relacionados ao inquérito em que Palocci é acusado de gerenciar uma conta-corrente de propina da Odebrecht para o PT e determinar pagamentos ao publicitário João Santana no exterior.
Duque já foi condenado na Lava-Jato, em primeira instância, a 57 anos de prisão e ainda responde a seis ações penais em andamento – uma delas é justamente a ação que envolve o ex-ministro Palocci.
Diretor da área de Serviços da Petrobras, Duque foi delatado pela primeira vez pelo diretor da área de Abastecimento, Paulo Roberto Costa. Ao ser preso e decidir pelo acordo de colaboração, Costa contou que os diretores da Petrobras ocupavam seus postos por indicações políticas, em troca de fazer arrecadação para os políticos nos contratos da Petrobras.