Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 19 de agosto de 2024
A defesa do ex-diretor financeiro Marcelo Nunes e a ex-superintendente de Controladoria da empresa Flávia Carneiro enviou à Justiça Federal uma petição relatando que “nos últimos dias eles se viram em meio à dois episódios graves, ao que tudo indica relacionado ao caso Americanas”. Os dois fizeram delação premiada e indicaram o passo a passo do esquema fraudulento que levou a um rombo de R$ 25,3 bilhões na varejista.
As ameaças aos dois teriam ocorrido neste mês. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal também foram informados dos episódios.
Num deles, Nunes conta que no dia 4 uma pessoa que mora o sítio de sua mãe, no interior do Rio de Janeiro, foi abordada por um homem de revólver na cintura dirigindo “provavelmente um VW/Voyage, placas não identificadas”. Estava acompanhado de mais duas pessoas no carro.
De acordo com a petição, “o condutor do automóvel teria dito, então, que estava atrás de Marcelo Nunes e de uma ‘mulher das (sic) Americanas’, questionando se este costuma visitar o local com frequência”. A resposta foi “não”. Ao que o condutor observou que, se ele estivesse mentindo, iria “se ver comigo”.
A presença do trio na casa foi registrada por câmeras de segurança.
Criança vigiada
O outro relato que aparece na petição ocorreu quatro dias depois, às 6h20 da manhã, perto da casa de Flávia Carneiro, presumivelmente “mulher das (sic) Americanas”.
A filha da delatora entrava na van que a levaria à escola mas, do outro lado da rua, “havia um homem parado sobre uma motocicleta Yamaha, cor preta, placas SRN5B95”: “tão logo a menina embarcou no transporte escolar, o homem colocou o capacete, ligou a motocicleta e ficou aguardando a movimentação da van, dando a entender que seguiria o referido veículo a partir daquele ponto.”
As câmeras de segurança do prédio onde Flávia mora captaram a movimentação.
Na petição à 10ª Vara Federal, os advogados David Tangerino e Shaiane Mousquer observam que “chama a atenção o fato de os colaboradores terem contribuído com as investigações por mais de um ano sem nenhuma intercorrência, e agora, pouco mais de um mês após a deflagração da Operação Disclosure – e, por conseguinte, do acesso das defesas dos demais investigados à íntegra das colaborações – estarem vivenciando episódios de intimidação”.