Ícone do site Jornal O Sul

Ex-dirigente da Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn é alvo de nova ordem de prisão na França

O ex-executivo também tem nacionalidade francesa e libanesa. (Foto: Reprodução)

Um juiz de instrução de um tribunal de Paris (França) emitiu uma ordem de prisão internacional contra o brasileiro Carlos Ghosn, que mora no Líbano, como parte de uma investigação sobre contratos aprovados por uma filial da empresa automotiva Renault-Nissan, informou, nessa terça-feira (3), uma fonte próxima ao caso.

O ex-executivo, que também tem nacionalidade francesa e libanesa, já tinha sido alvo de uma ordem de prisão internacional emitida em abril de 2022 por um juiz de instrução de Nanterre, em investigações sobre abuso de ativos corporativos e lavagem de dinheiro.

No ano passado, promotores franceses haviam emitido um mandado de prisão internacional contra ele e outras quatro pessoas que estariam ligadas a uma concessionária em Omã, que teriam ajudado o ex-gigante do ramo automobilístico a desviar milhões da Renault.

Na ocasião, os mandados de prisão afetaram também donos ou ex-diretores da Suhail Bahwan Automobiles, concessionária no país. Entre os usos do dinheiro que teria sido desviado da Renault para o bolso de Ghosn, por meio da empresa do ramo automobilístico no Oriente Médio, consta a compra de um iate de 120 pés – cerca de 36 metros.

No final de 2019, o magnata saiu de forma inesperada do Japão, onde estava enfrentando um julgamento por irregularidades financeiras, para o Líbano, sua terra natal. À época, ele alegou que não iria mais ser “refém de uma justiça japonesa manipuladora”.

Sua fuga espetacular teve um roteiro de cinema e envolveu, além da ajuda de ex-militares de elite, viagem de trem bala, disfarce com chapéu e máscara cirúrgica, num tempo em que a pandemia ainda estava bem no início.

Ele também é acusado de fraude financeira, durante o período em que esteve à frente da Nissan.

Processo

Em outra frente, o magnata Carlos Ghosn abriu recentemente um processo de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,7 bilhões) contra a Nissan e cerca de uma dúzia de indivíduos em Beirute, no Líbano, pelo que ele diz ser desinformação espalhada contra ele, disseram autoridades libanesas no último dia 20. De acordo com as autoridades, o processo de Ghosn acusa a Nissan e os indivíduos de difamação e de “fabricação de acusações” que teriam resultado em sua prisão no Japão.

O processo foi aberto em maio, disseram as autoridades judiciais, falando sob condição de anonimato para discutir o caso. Eles não identificaram os indivíduos que Ghosn está acusando.

Ghosn foi preso no Japão em novembro de 2018 sob a acusação de quebra de confiança, uso indevido de ativos da empresa para ganhos pessoais e violação das leis de valores mobiliários ao não divulgar totalmente sua remuneração. As informações são das agências de notícias AFP e AP.

Sair da versão mobile