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Brasil Ex-esposa de Bolsonaro perde nacionalidade brasileira após adquirir cidadania norueguesa

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Ana Cristina Valle em ato de campanha a favor de Bolsonaro, em 2018. (Foto: Divulgação)

A advogada Ana Cristina Valle, que foi casada com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), perdeu a nacionalidade brasileira, de acordo com publicação do Diário Oficial da União. A decisão foi tomada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública depois da advogada ter obtido o registro de nacionalidade norueguesa.

A mãe de Jair Renan, filho do ex-presidente, adquiriu nacionalidade norueguesa, em 2011, por ter morado no país europeu após o término com Bolsonaro. Segundo o Ministério da Justiça, ao ter se naturalizado norueguesa de forma voluntária, Ana Cristina não cumpriu com os requisitos previstos na Constituição Federal.

“O ordenamento jurídico nacional admite que os brasileiros tenham dupla ou múltiplas nacionalidades apenas se a outra nacionalidade decorrer do nascimento em território estrangeiro, de ascendência estrangeira ou de naturalização por imposição”, esclareceu a pasta.

No caso de Ana Cristina Valle, sua situação foi denunciada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) durante as eleições de 2022, enquanto ela disputava uma vaga de deputada distrital. O órgão enviou os documentos ao Ministério da Justiça, que então abriu o processo de perda de nacionalidade.

Rachadinha

Mãe de Jair Renan Bolsonaro, Ana Cristina foi chefe de gabinete de seu ex-enteado Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) , vereador do Rio de Janeiro, entre 2001 e 2008. Ela é investigada pelo Ministério Público do Rio por participar de um suposto esquema de rachadinhas enquanto ocupou o cargo.

No final do ano passado, a ex-mulher de Bolsonaro deixou o Brasil sem previsão de retorno após perder a disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa do Distrito Federal. Ela foi para a Noruega, país onde viveu entre 2009 e 2014.

Investigação

A mãe de Jair Renam também é investigada pela Polícia Federal pela compra de uma mansão em Brasília com uso de um ‘laranja’. Durante uma investigação, a PF identificou que a advogada movimentou R$ 9,3 milhões em transações financeiras entre 2019 e 2022. A soma foi possível graças à análise de de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

A PF decidiu pedir a investigação porque, ao longo de uma apuração sobre o filho de Ana Cristina com Jair Bolsonaro, Jair Renan, se deparou com transações suspeitas na compra de uma mansão pela ex-mulher do presidente.

A casa, avaliada em R$ 3,2 milhões, fica em bairro nobre de Brasília. Até ano passado, a advogada morava no local com o filho, Jair Renan Bolsonaro.

As movimentações de Ana Cristina foram consideras atípicas por ultrapassarem as quantias geralmente movimentadas por ela. No período, ela recebeu, como maior salário, o valor de R$ 8 mil, de assessora parlamentar na Câmara.

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