Terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de novembro de 2016
A PF (Polícia Federal) prendeu, na manhã desta quinta-feira (17), o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) sob a acusação de cobrança de propina em contratos com o Poder Público. O ex-governador foi alvo de dois mandados de prisão preventiva, um expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do RJ, e outro pelo juiz Sérgio Moro, em Curitiba (PR).
Uma das operações é a Calicute, considerada um braço da Operação Lava-Jato no Rio, que tem como base a delação premiada do empresário Fernando Cavendish. A esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, é alvo de condução coercitiva por essa operação. A outra ação é da Lava-Jato, que teve como base a delação da Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia.
Por volta das 6h50min, um carro saiu da garagem do ex-governador e muitas pessoas que estavam na porta tentaram invadir o local e gritavam pela prisão dele. Para sair da residência, a polícia chegou a jogar spray de pimenta. A ação tem o objetivo de investigar o desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, cujo prejuízo estimado é superior a R$ 220 milhões.
No início da manhã também foi preso o assessor de Cabral, Wagner Jordão Garcia, na Barra da Tijuca. Ao todo, a polícia visa cumprir 38 mandados de busca e apreensão, oito de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 14 conduções coercitivas.
A PF chegou à residência de Cabral, no Leblon, na Zona Sul do Rio, por volta das 6h. Cabral e os outros acusados são suspeitos de receber propina em troca da concessão de obras públicas como a reforma do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano.
A investigação teve como ponto de partida as delações de Clóvis Primo e Rogério Numa, executivos da Andrade Gutierrez, feitas no âmbito do inquérito do caso Eletronuclear. Os dois revelaram à força-tarefa que os executivos das empreiteiras se reuniram no Palácio Guanabara, sede do governo, para tratar da propina e que houve cobrança nos contratos de grandes obras. Só a Carioca Engenharia comprovou o pagamento de mais de R$ 176 milhões em propina para o grupo. (AG)