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Notícias Ex-juiz, futuro ministro da Justiça quer revogar poderes da Polícia Rodoviária Federal e focar na Amazônia

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Futuro ministro da Justiça, Flávio Dino citou possibilidade na segunda. (Foto: Denio Simoes/Valor)

Ex-juiz federal, o futuro ministro da Justiça Flávio Dino,  de 54 anos, abraça uma tarefa complexa, com o comando das polícias federal e rodoviária, que abrigam tensões internas após os anos de influência do bolsonarismo.

O ex-juiz pretende revogar medidas adotadas pelo atual presidente, como a ampliação de poderes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e decretos pró-armas, além de ter um foco especial na pasta para o combate de crimes ambientais, principalmente na Amazônia, com a criação de uma unidade especial na Polícia Federal apenas para isso.

“Há uma espécie de combo de crimes hoje na Amazônia. Você tem narcotraficantes fazendo tráfico de drogas e, ao mesmo tempo, fazendo garimpo ilegal. Você tem exploração ilegal de madeira ou comercialização ilegal de madeira, feita também por quem opera lavagem de dinheiro, de garimpo ilegal”, disse Dino em entrevista recente.

O futuro ministro também recebe uma pasta que pode mudar durante o mandato. Lula disse manter o interesse de criar um ministério para a Segurança Pública, como havia sido sugerido na campanha, com o fatiamento da atual pasta da Justiça. Disse, no entanto, que o momento de fazer a alteração não é agora.

“Vamos primeiro arrumar a casa e depois vamos começar a trabalhar a necessidade de recriar o Ministério da Segurança Pública”, disse o presidente eleito.

Juiz federal

Nascido em São Luís, Dino começou a vida política ainda na década de 1980 no movimento estudantil, mais especificamente no grêmio estudantil do colégio em que estudou na capital maranhense, mantendo o ativismo político-estudantil na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) onde formou-se em Direito.

Filiou-se ao PT em 1987 e, em 1994, tornou-se juiz federal, função que exerceu por oito anos, até decidir filiar-se ao PCdoB para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados na eleição de 2006, conseguindo se eleger.

Em 2010, tentou pela primeira vez chegar ao governo do Maranhão. Numa eleição em que a direção nacional do PT determinou que a legenda apoiasse Roseana Sarney, do MDB, Dino foi derrotado em primeiro turno pela então candidata à reeleição.

Em 2014 voltou à carga em sua tentativa de encerrar o ciclo do grupo político da família Sarney no Estado, mas mais uma vez não teve o apoio do PT, cuja direção nacional, assim como fez quatro anos antes, determinou apoio local a Lobão Filho (MDB), representante do clã do ex-presidente José Sarney.

Dino, que tinha na sua chapa o então tucano Carlos Brandão e na sua coligação partidos que incluíam Solidariedade, PSB, Pros, PDT e PP, conseguiu vencer, e com vantagem folgada, em primeiro turno. Teve 63,52% dos votos válidos.

No primeiro turno da campanha daquele ano, Dino negou-se a declarar voto para presidente, já que tinha os apoios do PSDB, que tinha Aécio Neves na disputa nacional, e do PSB, que tinha Marina Silva. O PCdoB, por sua vez, apoiava a petista Dilma Rousseff na disputa nacional. Vencedor em primeiro turno, declarou que havia votado em Dilma.

Reconciliado com o PT, reelegeu-se governador em 2018, novamente em primeiro turno, derrotando Roseana e tendo novamente Brandão como vice, mas à época filiado ao PRB, atual Republicanos.

No ano passado, mudou-se para o PSB e foi eleito senador na eleição deste ano e conseguiu a reeleição de Brandão como governador do Maranhão, também pelo PSB. Brandão assumiu o governo quando Dino teve que deixar o cargo para poder disputar a cadeira no Senado.

Durante o governo Lula, Dino foi presidente da Embratur de 2011 a 2014, quando deixou o cargo para disputar o governo maranhense.

Com várias obras jurídicas publicadas, Dino também foi secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entre 2005 e 2006, ano em que deixou a magistratura para candidatar-se a deputado federal.

 

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