O deputado Zeca Dirceu (PR), ex-líder do PT na Câmara dos Deputados e filho do ex-ministro José Dirceu, expressou insatisfação com o governo federal em publicação nas redes sociais nessa quinta-feira (16). No X (antigo Twitter), o parlamentar mencionou estar com “paciência zero”.
“Acordei tão nervoso, que meu café foi diferente, joguei o pó na boca e toquei água quente pra dentro, paciência zero, em especial com nosso governo”, escreveu o parlamentar. Apesar do tom crítico, o deputado reafirmou sua dedicação à pauta da educação, mencionando que o programa Mais Professores “está ON”.
A manifestação ocorre após o governo revogar a norma que previa maior monitoramento de transações financeiras por meio do Pix, decisão anunciada pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, na quarta-feira (15).
A medida tinha como objetivo incluir dados de movimentações acima de R$ 5 mil mensais para pessoas físicas, ampliando o alcance para operadoras de cartão, carteiras digitais e fintechs.
O recuo ocorreu em resposta a uma onda de desinformação que provocou rumores sobre uma possível taxação do Pix. Golpistas aproveitaram o momento para aplicar fraudes financeiras, e o governo acionou a Advocacia-Geral da União (AGU), que pediu à Polícia Federal que investigue os crimes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhou a declaração de Zeca Dirceu e escreveu: “A Amazônia está em chamas!”. O parlamentar rebateu, dizendo: “Colocar fogo na Amazônia é especialidade sua!”.
“Quanto ao nosso governo; apesar dos erros, o governo é infinitamente melhor que o seu, que foi um desastre, lembre-se que você é o único presidente não reeleito da história”, disse o deputado.
Presidente Lula
Em outra frente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo não pode “ter medo de enfrentar a mentira” e atacou o que chamou de “pessoas travestidas de político que na verdade tentaram dar um golpe nesse País em 8 de janeiro de 2023″. Apesar de não citar nenhum nome, a alfinetada do presidente foi motivada pela onda de críticas nas redes sociais por uma norma da Receita Federal em relação ao Pix.
Lula usou, ainda, de uma retórica de medo sobre uma suposta volta do “fascismo” – que seria representada com a vitória de Jair Bolsonaro e seus aliados, pela sua lógica – para motivar o governo, a esquerda e todos do espectro democrático a combaterem a desinformação.
“Nós não temos que ter medo de enfrentar a mentira. Não temos que ter nenhuma preocupação de enfrentar essas pessoas travestidas de político que na verdade tentaram dar um golpe nesse País em 8 de janeiro de 2023. Não temos de ter medo de enfrentar fake news e fazer o debate, a disputa, a cada dia, minuto e hora. Porque se a gente perde, o sistema democrático está correndo risco no mundo inteiro, a gente vai voltar ao que não queremos, ao fascismo, nazismo, violência e desrespeito aos direitos humanos, mulheres, negros e pobres do mundo inteiro”, declarou.
A declaração se deu na cerimônia de sanção da regulamentação da reforma tributária. Lula elogiou o regime democrático, que, segundo ele, “é a melhor forma de governança que existe”. Apesar disso, disse que, do ponto de vista de aprovação de medidas, a democracia impõe algumas dificuldades. (Estadão Conteúdo)