Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de março de 2024
Citado na delação de Mauro Cid como um dos generais do Exército que trataram do plano de golpe de Estado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro da Saúde e agora deputado federal Eduardo Pazuello tem outros motivos para se preocupar no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele acaba de virar investigado por uma das tragédias mais marcantes da pandemia: as mortes de pacientes por falta de oxigênio nos hospitais de Manaus (AM).
A investigação do caso chegou ao STF e foi entregue ao ministro Gilmar Mendes, que já é relator do inquérito que apura a negligência de Pazuello, de Bolsonaro e outros bolsonaristas durante a pandemia de covid-19.
Uma apuração do Ministério Público identificou que 31 pessoas morreram por falta de oxigênio em Manaus nos dias 14 e 15 de janeiro de 2021, quando o sistema de saúde colapsou.
Um documento da AGU admitiu que a gestão Pazuello sabia do “iminente colapso do sistema de saúde” do Amazonas dez dias antes da tragédia.
Golpe de Estado
Em outra frente, Eduardo Pazuello (PL-RJ) deverá ser convidado para prestar depoimento à Polícia Federal (PF) na investigação que apura um plano para tentar um golpe de Estado no Brasil. O convite não tem data para ser feito, segundo fontes da PF.
Pazuello não é investigado no inquérito, mas a PF quer informações sobre uma reunião entre o parlamentar e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorrida no dia 7 de dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada, uma semana após o segundo turno das eleições. A assessoria de Pazuello informou que o parlamentar não iria se manifestar.
A PF suspeita que, no encontro, Pazuello propôs uma interpretação do artigo 142 da Constituição Federal (CF) que viabilizaria uma ação militar para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A investigação relata que, em uma mensagem de áudio enviada ao ex-comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, Mauro Cid listou as pessoas que visitaram Jair Bolsonaro.
No depoimento à PF, Freire Gomes, ao ser questionado sobre quais providências tomou ao saber de supostas ações promovidas por Pazuello para tentar usar o artigo 142 da Constituição Federal como fundamento jurídico para impedir a posse do governo eleito, respondeu que:
“[Pazuello] já estava na reserva e eleito deputado federal, [que] entendeu que seria uma questão política, sem possibilidade de influenciar diretamente as Forças Armadas”.
O ex-comandante ainda reforçou aos policiais que essa proposta não teria “respaldo” das Forças Armadas.
A PF ainda interrogou o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, sobre o encontro entre Pazuello e Bolsonaro. Os agentes queriam saber se Torres estava presente no Palácio da Alvorada na ocasião. Ele respondeu que não participou desse encontro. As informações são da revista Veja e da CNN.