A Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado aprovou nessa quinta-feira (6) o nome do embaixador Carlos Alberto França, que foi ministro das Relações Exteriores durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, como titular da embaixada brasileira no Canadá.
O nome de França foi aprovado por 11 votos a favor e nenhum contrário e segue agora para votação em plenário. A indicação para a embaixada no Canadá foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em sabatina na comissão, França destacou o Canadá como um dos maiores fornecedores de fertilizantes para o Brasil e que tem o potencial de aumentar a exportação de carnes ao país norte-americano.
“Queremos ampliar a [venda de] carne bovina e suína ao mercado canadense. Carne suína, hoje, só quem pode exportar é o estado de Santa Catarina, mas estamos tratando para que outros estados, como Paraná, Amazonas e Mato Grosso, possam também. Estão livres da febre aftosa”, disse o embaixador.
Ele também explicou que irá trabalhar por um acordo entre Brasil e Canadá na área de intercâmbio educacional, uma vez que o país do norte “é um dos principais destinos dos estudantes de ensino médio que vão aprender línguas, mas também de graduação e pós-graduação”.
Carreira diplomática
Em 1991 ingressou no curso de Preparação à Carreira de Diplomata (CPCD) e, em 1992, concluiu graduação em diplomacia pelo Instituto Rio Branco (IRBr) do ministério das Relações Exteriores.
No Itamaraty, iniciou a carreira no Departamento de Administração e, em 1997, serviu por dois anos no Cerimonial da Presidência da República.
Por doze anos consecutivos, de 1999 a 2011, serviu nas Embaixadas do Brasil em Washington, Assunção e, por duas vezes, em La Paz, onde foi Ministro-Conselheiro e chefe do setor de energia daquela Missão diplomática.
De regresso ao Brasil, em 2011, serviu por quatro anos no Cerimonial da Presidência da República.
Em 2015, licenciou-se do Itamaraty para exercer o cargo de diretor de assuntos corporativos e negócios estratégicos da AG S.A., holding do grupo Andrade Gutierrez.
De volta à carreira de diplomata, em 2017, chefiou a Divisão de Ciência e Tecnologia, e, em outubro de 2018, chefiou o Cerimonial do Ministério das Relações Exteriores.
Foi chefe-adjunto do Cerimonial da Presidência da República de novembro de 2017 a outubro de 2018.
Em janeiro de 2019, já no governo do presidente Jair Bolsonaro, assumiu o cargo de Chefe do Cerimonial da Presidência da República e, em outubro de 2020, o cargo de Assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, posição que ocupou até sua nomeação como Ministro de Estado das Relações Exteriores, em 31 de março de 2021.
Também nessa quinta, a CRE do Senado aprovou o nome do embaixador Eduardo Ricardo Gradilone Neto para a embaixada do Brasil no Irã, bem como Paulo Roberto Campos Tarrisse da Fontoura cumulativamente para as embaixadas na Bulgária e na Macedônia do Norte.