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Política Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias vai prestar depoimento à Polícia Federal nesta sexta

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Autor do requerimento justificou que o GSI precisa prestar declarações sobre as medidas tomadas para conter as invasões de terras que ocorreram no começo do ano. (Foto: Divulgação)

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias irá prestar depoimento à Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (21) de feriado. O general da reserva do Exército deixou o cargo nesta quarta após vir à tona vídeos em que ele aparece transitando entre manifestantes durante a invasão ao Palácio do Planalto, em 8 de janeiro.

Gdias – como é conhecido – deve ser questionado pelos policiais sobre a razão de não ter reagido diante dos invasores. Ele também deve identificar os outros servidores do GSI que aparecem nas imagens divulgadas pela CNN Brasil. Em uma delas, o capitão do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira chega a oferecer garrafas de água mineral aos manifestantes.

Em entrevista à Globonews, o militar afirmou que se dirigiu ao Planalto quando viu que os golpistas romperam o cordão montado pela Polícia Militar do Distrito Federal na altura do Congresso. Sobre a interação com os invasores, ele explicou que atuou para “retirar as pessoas do terceiro e quarto andar do Palácio”. No vídeo, Dias aparece indicando a porta de saída aos manifestantes.

“Colaram minha imagem ao major distribuindo água para os manifestantes, fizeram cortes da minha imagem. Tenho 44 anos de profissão no Exército Brasileiro, sempre pautei minha vida em cima dos valores éticos e morais. O maior presente que dou a mim até hoje é a honra”, declarou ele.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a PF fizesse a oitiva de Gdias em até 48 horas – o prazo se encerra amanhã. A decisão foi tomada nessa quinta-feira (20), no mesmo dia em que ele pediu demissão do cargo. Para Moraes, os vídeos indicam “atuação incompetente” e “ilícita e conivente omissão” de membros do GSI.

“Na data de hoje, a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI”, escreveu o ministro no despacho.

Lula

Em conversas reservadas com auxiliares próximos, o presidente Lula demonstrou estar chateado e triste com o general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI.

Lula tem demonstrado convicção que Dias foi ingênuo e errou gravemente ao confiar nos subordinados. Mas para o presidente, o general Dias não teve objetivo de cometer traição e não escondeu imagens de propósito.

“Fica claro que o general Gonçalves Dias estava vendido. Não fez um pente fino nas imagens e simplesmente repassou a versão dos subordinados de que as imagens da câmera posicionada na entrada do gabinete não estavam disponíveis”, disse um ministro próximo de Lula.

Na percepção desse ministro, Gonçalves Dias deveria ter mudado de imediato todos os auxiliares do GSI para não ficar refém da equipe do antecessor, o general Augusto Heleno.

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