Quarta-feira, 19 de março de 2025
Por Cláudio Humberto | 19 de março de 2025
“Operador” de José Luis Abalos, ex-ministro do Desenvolvimento do governo socialista da Espanha, “lavou” mais de 500 mil euros (R$3,1 milhões), no Brasil, furtados de contratos de compra de máscaras durante a pandemia da covid, segundo a Promotoria Anticorrupção da Espanha, órgão especial do Ministério Público. Autoridades espanholas afirmam que para “dificultar o rastreamento” do dinheiro roubado uma boa parte foi depositada em conta aberta em nome da empresa brasileira Suro Capital no banco Itaú BBA. O caso já é investigado no Brasil.
Lavagem socialista
Policiais suspeitam que o dinheiro acabou retornando às mãos do ex-ministro socialista, por meio de pessoas próximas.
Silêncio no Brasil
Há suspeita da participação de brasileiros no esquema, que explodiu há um ano, quando foi preso Koldo Izaguirre, ex-assessor de Ábalos.
Acusações graves
Ábalos já responde a processo no Supremo espanhol por suspeita de corrupção, peculato, tráfico de influência e crime organizado.
Absurdo ao quadrado
O grupo criminoso, diz a promotoria espanhola, também usou empresas em Luxemburgo para lavar dinheiro roubado de verbas para a pandemia.
Janja dá esticada a Paris após passeio no Japão
Janja optou por roteiro internacional próprio, longe do maridão. Ela viaja ao Japão uma semana antes de Lula (PT), para agenda e gastos sob “sigilo”, e emenda com intrigante viagem a Paris. “La vie en rose” sempre encanta a politicalha, ainda mais por conta de quem paga impostos. O governo diz que Janja irá “preparar a visita de Lula”. É falso: integram os escalões “avançado” e “precursor”, sem espaço para improvisações, apenas rigorosos profissionais de logística, comunicações e segurança.
Por nossa conta
O governo não informa custos da viagem e de hotéis de luxo: “Janja não tem cargo público”. Mas não explica por que então pagamos o passeio.
Barriga cheia
Em Paris, Janja irá a uma “Cúpula para Nutrição e Crescimento”, dias 27 e 28. Mas o governo prefere divulgar que o tema, claro, será desnutrição.
Jogos da fome?
Paris foi escolhida sob a explicação oficial da realização, ali, dos jogos olímpicos, cujo cardápio até virou alvo de críticas dos atletas em 2024.
Exilado político de peso
O Brasil finca raízes no grupo de países de má fama em razão do autoritarismo. O deputado mais votado do Brasil, quase 2 milhões de votos, Eduardo Bolsonaro é o mais novo exilado político brasileiro. Por onde andar, sua denúncia de perseguição será lembrada.
Democracia relativa
O recado que o exílio de Eduardo Bolsonaro passa é de que no Brasil não respeita nem mesmo os princípios básicos da própria Constituição, como direito à livre expressão e inviolabilidade do mandato parlamentar.
La vie en rose
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é outro que não se aguenta e vai dar um rolê em Paris, a pretexto de fazer palestra, reencontrar a boa mesa e etc. Tudo por conta dos impostos que ele aumentou.
Não falou, mas disse
“Ninguém falou em asilo ainda. Mas se for o caso, ele pede e o [presidente dos EUA, Donald] Trump dá imediatamente para ele”, disse o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o filho ameaçado pelo Supremo.
Sem chances
Apesar de o procurador-geral Paulo Gonet ser contrário à apreensão do passaporte, quem decide sobre isso é Alexandre de Moraes, que não gosta de Eduardo Bolsonaro e tem proporcionado muitas alegrias ao PT.
Alea jacta est
Os deputados petistas Lindbergh Farias (RJ) e Rogério Correia (MG) são os autores do pedido ao STF para apreender o passaporte do deputado Eduardo Bolsonaro. Se os autores fossem Rede ou Psol…
Vai ficar para abril
O Orçamento público de 2025, que a lei manda aprovar até dezembro do ano anterior, foi novamente adiado na Comissão Mista de Orçamento para sexta-feira (21), dia em que o Congresso geralmente não funciona.
Vai truncar
A lei, aprovada pelo próprio governo Lula (PT), determina que proposta da Lei Orçamentária de 2026, deva ser encaminhada ao Congresso até 15 de abril para dar início à Lei Orçamentária, que é o Orçamento em si.
Pergunta na História
Exílio só é bonito para se proteger de ditadura de direita?
Poder sem Pudor
Proibido para ingênuos
Prefeito de São Paulo no final da gestão, em 1988, Jânio Quadros pensou em Sílvio Santos para sua sucessão, e pediu ao deputado Gastone Righi para promover um almoço. Jânio foi direto ao ponto, perguntando a Sílvio se ele se relacionaria com os vereadores. “Simples”, reagiu Sílvio, explicando: “Os vereadores foram eleitos pelo povo e como sou vou mandar projetos de interesse do povo, eles vão aprovar tudo. Vai ser tranquilo.” Jânio pigarreou, percebendo tratar-se de um principiante. Após alguns instantes de silêncio, dirigiu-se ao anfitrião: “Gastone, meu bem, seria bom mandar servir o almoço.” E não se falou mais no assunto.
Cláudio Humberto
@diariodopoder