Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de janeiro de 2017
A PF (Polícia Federal) cumpriu nesta sexta-feira (13) sete mandados de busca e apreensão em uma operação para apurar um esquema de fraudes na liberação de créditos junto à Caixa Econômica, que teria ocorrido entre 2011 e 2013. A ação foi desencadeada com base em informações encontradas em um celular achado na residência oficial da Câmara, quando era ocupada pelo deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A operação da PF aconteceu de forma simultânea no Distrito Federal, Bahia, Paraná e São Paulo. Um dos alvos da ação foi o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima. Policiais fizeram buscas em um imóvel dele em Salvador. Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa no período investigado pela PF.
De acordo com os investigadores, o aparelho celular encontrado na residência oficial da Câmara foi submetido a uma perícia. Após autorização judicial, a polícia diz que “extraiu uma intensa troca de mensagens eletrônicas entre o presidente da Câmara à época e o vice-presidente da Caixa Econômica Federal de Pessoa Jurídica entre 2011 e 2013”.
Segundo a corporação, “as mensagens indicavam a possível obtenção de vantagens indevidas pelos investigados em troca da liberação para grandes empresas de créditos junto à Caixa Econômica Federal”. As mensagens indicam a possível prática dos crimes de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
De acordo com os investigadores, o esquema apurado teve a participação do vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco, do vice-presidente de Gestão de Ativos e de um servidor da instituição financeira. No setor privado, também participaram empresários e dirigentes do setor frigorífico, de concessionárias de administração de rodovias, de empreendimentos imobiliários e do mercado financeiro.
Os mandados da operação Cui Bono foram expedidos pela 10ª Vara Federal do DF. Segundo a PF, esse é um desdobramento da Operação Catilinárias, quando houve buscas e apreensões na residência oficial da Câmara, à época ocupada por Cunha. Aquela operação apurou possíveis crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. (AG)