Terça-feira, 19 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 19 de novembro de 2024
Mário Fernandes foi número dois da Secretaria-Geral da Presidência na gestão Bolsonaro.
Foto: ReproduçãoA Polícia Federal (PF) apontou que o general Mário Fernandes, ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência, imprimiu no Palácio do Planalto o “plano operacional” que visava assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo a PF, o plano foi denominado de “Punhal Verde e Amarelo”, continha três folhas e foi impresso no gabinete da Secretaria-Geral. Ele chegou a ocupar interinamente o cargo de ministro e foi preso nesta terça-feira (19).
A impressão foi feita no dia 6 de dezembro e, de acordo com a Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro estava no Planalto no momento em que o documento foi impresso. Os agentes chegaram à conclusão após analisar mensagens dos celulares dos ajudantes de ordens do então presidente.
“Mário Fernandes, então secretário-executivo da Secretaria-geral da Presidência, estava no palácio do Planalto e imprimiu o planejamento operacional denominado “Punhal verde amarelo”, que descreve o plano para prender/executar o ministro Alexandre de Moraes, além dos integrantes da então chapa vencedora das eleições presidenciais Luis Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin”, diz a representação da PF que baseou a operação deflagrada nesta terça-feira.
O documento tinha o título “Plj.docx” numa referência à palavra “planejamento”, segundo a PF. Em seguida, Fernandes imprimiu um outro documento com o título “Fox_2017”. Segundo a PF, o general utilizada um “padrão” para denominar “arquivos de conteúdo sensível”. Além do “Fox_2017”, havia o “Ranger_2014”, “BMW_2019” e o “HD_2022” (provável referência à marca Harley Davidson).
“Os arquivos foram nomeados com o modelo e o ano de fabricação de seus veículos pessoais”, explicou a PF, no relatórios. Esses textos estavam armazenados numa pasta chamada “ZZZZ_Em Andamento” , o que a PF viu como um indicativo de que as ações estivessem em curso.
A operação
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira quatro militares e um policial federal em uma operação que apura um suposto plano dos “kids pretos” do Exército para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2022. As medidas foram cumpridas como parte do inquérito que apura se houve uma tentativa de golpe de Estado após o resultado da eleição.
A operação mira os “kids pretos”, formado por militares das Forças Especiais. Ao todo, foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas como a proibição de contato entre os investigados, a entrega de passaportes em 24 horas e a suspensão do exercício de funções públicas. A operação tem como alvos militares, um deles ex-assessor do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), e um policial federal.
Além de Fernandes, outros alvos são os militares Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, integrantes dos “Kids pretos”, e o policial federal Wladimir Matos Soares, policial federal.