Sábado, 08 de março de 2025
Por Redação O Sul | 6 de março de 2025
Ex-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) visitou o ex-presidente no meio do Carnaval para conversar sobre as eleições de 2026. O encontro ocorreu em Angra dos Reis (RJ), e também contou com a presença do ex-ministro das Comunicações de Bolsonaro, Fábio Faria, e do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
“Vamos que vamos, presidente, vamos voltar”, disse Nogueira no vídeo publicado em suas redes sociais, no qual ele mostra Bolsonaro, Derrite e Faria. Na legenda, o senador escreveu ainda: “Uma visita de carnaval com olhar em 2026?.
O encontro de Nogueira com Bolsonaro reflete a movimentação política do senador, que tem buscado se distanciar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora o PP faça parte da base aliada do atual governo.
Nogueira já criticou a condução do País e, em especial, a estratégia de comunicação do governo, que, segundo ele, tem prejudicado a imagem de Lula.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o senador responsabilizou o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, pelo aumento da exposição de Lula, o que teria agravado sua baixa popularidade.
A crítica de Nogueira surge em meio a uma pesquisa Genial/Quaest, divulgada no dia 26, que mostrou que a desaprovação de Lula ultrapassou os 60%. Para o senador, a solução seria uma reformulação profunda na comunicação do governo, embora ele duvide que isso aconteça.
Mesmo com um representante do PP no governo, o ministro do Esporte, André Fufuca, Nogueira sugeriu que o partido poderia romper com o Planalto caso não haja mudanças significativas na administração petista.
Além disso, embora o PP tenha pressionado Lula para substituir a ex-ministra Ana Moser e nomear um aliado para o Ministério do Esporte, o encontro de Nogueira com Bolsonaro sugere um movimento de distanciamento da base governista.
O senador, que se opôs à entrada do PP na base de Lula, agora parece se alinhar com outras forças políticas, prevendo uma possível derrota de Lula em 2026 e buscando se manter bem posicionado para o futuro político.
Nogueira afirmou nessa quinta-feira (6) que, caso Bolsonaro não dispute a Presidência da República em 2026, o candidato que contar com o apoio do ex-presidente deverá se comprometer a defender sua anistia.
Nogueira, que foi ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro entre 2021 e 2022, explicou que a anistia seria uma forma de corrigir o que considera uma “injustiça” contra o ex-presidente.
Essa declaração ocorre em um contexto de intensas discussões dentro da direita brasileira sobre os nomes para as eleições de 2026.
Bolsonaro segue inelegível desde junho de 2023, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o ex-presidente não poderia disputar qualquer eleição até 2030.
Além disso, o ex-presidente está sendo alvo de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em 18 de fevereiro, Bolsonaro e outras 33 pessoas foram acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022 para o atual presidente. O caso está sendo analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). (O Globo)