Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de setembro de 2024
Entre as histórias contadas na fita cassete, elas revelam que eram chamadas por Marlene de "putinhas".
Foto: Globoplay/Divulgação“Pra sempre Paquitas”, a nova série documental do Globopay, traz revelações fortes e polêmicas na voz das próprias ex-assistentes de palco de Xuxa. No episódio que relata a demissão em massa da primeira geração de Paquitas, elas, que tinham entre 9 e 14 anos, contam que eram obrigadas pela diretora Marlene Mattos a ficarem nuas.
O quarto episódio relata como foi feito o livro “Sonhos de paquita: nos bastidores do show”, escrito pelo ex-diretor do “Xou da Xuxa” João Henrique Schiller e que resultou na demissão em massa das meninas.
O documentário exibe as gravações em fita cassete dos desabafos que as próprias paquitas fizeram na época durante encontros com João Henrique, em 1994. A ideia delas era reunir as histórias e criar uma peça chamada “Confissões de Paquitas”, mas o diretor resolveu transformar as declarações polêmicas em livro.
Entre as histórias contadas na fita cassete, elas revelam que eram chamadas por Marlene de “putinhas” e frequentemente obrigadas a tirarem a roupa para a diretora.
“Teve um momento específico em que eu realmente me senti humilhada e sem saber como agir. Essa é uma lembrança muito dura, muito cruel”, desabafou a hoje atriz Bianca Rinaldi.
Logo após a fala da Bianca, a ex-paquita Ana Paula Guimarães, a Catu, diretora do documentário, ouve as gravações das meninas da época, relatando que Marlene as obrigava a tirar a roupa.
“Para variar eu já sabia que ia levar um ‘esporrão’, né. Porque toda vez esse negócio de gordura… E a Marlene: ‘Eu dou uma semana para vocês emagrecerem’. Eu já estava acostumada com aquele tipo de esporro da Marlene. A Ana Paula, não. Ana Paula chorando”, disse Priscilla.
“É você se acostumar com esse tipo de abuso e achar que é normal”, comentou Catu, chorando. “É realmente muio humilhante”, completou Bianca, também emocionada.
“Sempre tinha essa questão de, em janeiro, ela querer ver o corpo da gente… Mas aí é uma situação delicada que eu não gostaria nem de falar. Isso é chato”, disse Roberta no documentário.
“Eu fui a única que não tirei a roupa, porque ela me disse: ‘você não precisa’. Mas eu via as minhas amigas. Não é menos constrangedor”, declarou Juliana Baroni.
“Tinha meninas que estavam sem a parte de cima da roupa: eu. Estava de vestido. Então, não vou entrar… Você mensura aí o constrangimento. E eu não estava fora do peso. A minha mãe nunca ficou sabendo disso. Foi tão pesado, tão feio, horroroso”, lamentou Flávia Fernandes.
“Eu não estava indo para a reunião para tirar a roupa. Eu não estava de sutiã aquele dia. E eu falei: a blusa também? E ela disse: a roupa toda”, lembrou Catu.
“Nada justifica esse assédio moral, que a gente veio entender anos depois. A gente achava que era assim que funcionada a TV”, analisou Juliana.
No documentário, a ex-paquita Priscila Couto conta que foi suspensa por Marlene Mattos por estar acima do peso. “Eu sabia que a qualquer momento, eu estaria fora”.