Sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de fevereiro de 2025
Para Marinho, a investigação da trama é praticamente um jogo de cartas marcadas
Foto: Marcos Corrêa/PRO líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro vai ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) “como em uma câmara de gás”. Para Marinho, a investigação da trama golpista é praticamente um jogo de cartas marcadas.
“Primeiro, o presidente Bolsonaro não deveria estar sendo julgado no Supremo Tribunal Federal. Não está sendo dada a ele a prerrogativa de pelo menos ter duas instâncias recursais. Ele vai ser julgado como em uma câmara de gás. Não vai ser julgado sequer pelo pleno. E está sendo julgado por um juiz que declaradamente é seu inimigo, seu adversário, e que seria alvo dessa trama. Então nós achamos que é evidente que esse jogo já está jogado”, disse Marinho.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro, o ex-ministro Walter Braga Netto e mais 32 pessoas por participação em uma trama golpista para mantê-lo no poder e impedir a posse de Lula, após a derrota nas eleições de 2022.
Bolsonaro vai ser julgado pela Primeira Turma do STF, colegiado que reúne o relator da trama golpista, Alexandre de Moraes, e os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e os dois indicados por Lula ao Supremo neste terceiro mandato: Flávio Dino e Cristiano Zanin. A expectativa de aliados do ex-presidente é de que a turma aceite a denúncia por unanimidade.
Levantamento feito pelo Globo mostrou que Moraes têm conseguido adesão unânime dos colegas de Turma em julgamentos de processos que miram bolsonaristas e envolvidos em atos golpistas ao longo de 2024. Para Marinho, o que houve em 8 de Janeiro de 2023 não foi uma tentativa de golpe de Estado.
“Nós esperamos demonstrar que isso é mais uma narrativa, que não há substância, que não há consistência, que não houve golpe. O que houve foi uma baderna”, afirmou o senador.
O STF já rejeitou dois pedidos de impedimento de Moraes feitos por Bolsonaro nos últimos 14 meses. Um dos recursos foi rejeitado por 9 votos a 1, em dezembro passado – apenas o ministro André Mendonça votou a favor de afastar Moraes da trama golpista.
Bolsonaro insistia em tentar retirar a trama golpista de Moraes para manter mobilizada a militância, que elegeu o ministro do Supremo como uma espécie de “inimigo público” número 1 – além de “colocar o Supremo sob julgamento da própria opinião pública”.
Conforme informou o blog, a ofensiva de Bolsonaro de tentar o impedimento de Moraes na supervisão do inquérito da trama golpista se tornou alvo de críticas reservadas da defesa de outros indiciados na investigação – e de integrantes do próprio PL.
Na visão de outros alvos da investigação, a estratégia bolsonarista adotada até aqui não só não tem chances de prosperar – como só serve para fortalecer Moraes ainda mais perante os seus pares no Supremo.
Ao pedir o afastamento de Moraes do caso, a defesa de Bolsonaro alegou que as informações reveladas na apuração de uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula apontam que Moraes seria um dos alvos principais do suposto plano, o que comprometeria sua imparcialidade no julgamento do processo. As informações são do portal de notícias O Globo.