Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de outubro de 2024
Morales governou a Bolívia entre 2006 e 2019 e impulsionou o triunfo eleitoral de seu sucessor Luis Arce.
Foto: PR Bolívia/Arquivo/DivulgaçãoO ex-presidente Evo Morales, líder da oposição na Bolívia, é investigado pelo estupro de uma menor de idade há oito anos, revelou o ministro boliviano da Justiça, César Siles. “Observamos com indignação crimes graves que pretendem ficar na impunidade. Refiro-me concretamente a uma menina estuprada aos 15, 16 anos”, disse o ministro, em coletiva de imprensa.
Segundo Siles, por conta do estupro, “[a adolescente] deu à luz outra menina e o pai reconhecido na certidão de nascimento é o senhor Evo Morales Ayma. Existe um processo aberto que está sob investigação”.
Morales está no centro de um escândalo que veio à tona quando a promotora Sandra Gutiérrez informou que foi destituída por ter pedido a prisão do ex-presidente no âmbito de uma investigação por “tráfico de pessoas” envolvendo uma menor de idade.
Na resolução de prisão contra Morales, cujos trechos vazaram para a imprensa, consta que, em 2016, o então presidente se envolveu com uma menor de 15 anos, com quem teve uma filha.
Uma juíza de Santa Cruz acatou um recurso dos advogados de Morales que anulou a ordem de prisão, após a promotora Sandra Gutiérrez afirmar que foi destituída por instrução do procurador-geral, Juan Lanchipa.
Morales governou a Bolívia entre 2006 e 2019 e impulsionou o triunfo eleitoral de seu sucessor Luis Arce, que foi seu ministro da Economia por mais de uma década. Contudo, os dois romperam e hoje disputam a liderança do partido de situação, o MAS, e a indicação presidencial para as eleições gerais de 2025.
Defesa
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales classificou nesta sexta-feira como “mentira” a denúncia de estupro.
“Não consigo compreender que tipo de ministro da Justiça temos, sabendo que este caso está encerrado, porque não houve nada, é mentira”, afirmou Morales em entrevista coletiva.
O líder dos cocaleiros garantiu que a Justiça já o havia investigado pela mesma denúncia e que teve que arquivar o processo porque não encontraram nada contra ele. Em 2020, o governo de Jeanine Añez (2019-20) “usando o Ministério da Justiça já me processou, investigou e está provado que não houve nada”, declarou Morales.